A tecnologia de comunicação móvel, em especial o smartphone, tem tomado um papel cada vez maior na vida das pessoas. Apesar do seu comprovado impacto benéfico ao facilitar tarefas do dia a dia e conectar pessoas independente da distância, há uma crescente de estudos que se preocupam com os danos que estas tecnologias podem causar às relações humanas. A presente dissertação se propõe a investigar os efeitos da dependência do smartphone, da dependência da internet e do phubbing no compromisso com as relações amorosas. Busca-se criar um modelo explicativo tendo as dependências como mediadoras da relação entre phubbing e compromisso. Para atender a este objetivo, a dissertação foi dividida em quatro artigos, sendo o artigo 1 uma revisão sistemática de literatura acerca das relações entre o phubbing e dependências tecnológicas; o artigo 2 uma revisão sistemática com meta-análise sobre o uso do modelo de investimento, escolhido para estudar o compromisso; o artigo 3 a validação da escala do modelo de investimento; o artigo 4, em construção, é a criação do modelo de mediação para explicação do compromisso com a relação. No artigo 1 foram analisados 14 artigos, provenientes das bases de dados Scielo, PubMed, PsycInfo, Scopus e Web os Sciente entre os anos de 2016 e 2020. O resultado realçou uma tendência de aumento dos estudos que relacionam o phubbing com dependências tecnológicas, apontando que a dependência da internet e a dependência do smartphone são as que possuem maior influência. No artigo 2 foram incluídos 16 artigos dos últimos 5 anos que correlacionavam os fatores da escala do modelo de investimento, permitindo estudar o poder de efeito de cada fator no compromisso. As bases de dados utilizadas foram PsycInfo, Scopus, Web of Science e PubMed e, condizentes com a literatura, a satisfação apresentou o maior poder de efeito (r=0,66), seguido do investimento (r=0,51) e alternativas (r=-0,41). No artigo 3 participaram 406 pessoas (71,9% mulheres e 28,1% homens), com média de idade de 27 anos (min. 18; máx. 61; dp=7,02). Todos estavam em algum relacionamento amoroso, sendo: 60,6% namorando, 29,6% casados, 9,1% noivos e 0,7% recasados. A duração média das relações foi de 5 anos (min. 6 meses; máx. 42,5 anos; dp= 72,17). Foi realizado uma análise fatorial confirmatória da estrutura do modelo de investimento. Tanto a versão com 22 itens, quanto a reduzida com 13 atingiram bons índices de ajustamento e alfa de cronbach adequados. No artigo 4 espera-se conseguir resultados que contribuam para a discussão acadêmica dos efeitos da tecnologia na vida amorosa dos sujeitos e possam ser utilizados para melhoria da qualidade de vida dos casais.