A crise financeira que afetou o mundo teve início em torno de 2007 no mercado hipotecário dos Estados Unidos e propagou-se no sistema financeiro global, mas antes desta crise, houve a “crise agrícola” na década de 1980 em algumas áreas rurais dos Estados Unidos provocando o declínio na economia e nos padrões de vida das famílias, levando pesquisadores a documentar as experiências e estratégias de enfrentamento das pessoas, sistematizando métodos de pesquisa para avaliar as experiências na crise agrícola. Nesse sentido, propõe-se que condições econômicas difíceis provocam estresse nos membros familiares impactando o bem-estar individual, podendo gerar de forma direta ou indireta o conflito conjugal e interferir nas práticas parentais. O estresse é resultante de um fator denominado por pressão econômica que se estabelece e altera a dinâmica individual e familiar. A pressão econômica consiste na percepção ou avaliação subjetiva que as pessoas fazem de suas condições financeiras, bem como é um indicador de respostas da família diante da situação financeira, refletindo as dificuldades financeiras diárias, no qual os estresses financeiros que envolvem a baixa renda, trabalho instável, alta carga de endividamento, ligados à incapacidade de pagar as contas, suprir as necessidades básicas e evitar cortes nos gastos, aumentam a pressão financeira. A partir do levantamento bibliográfico e a escassez de pesquisas que utilizam medidas quanto à pressão econômica no Brasil, considera-se a importância de realizar pesquisas a fim de identificar os parâmetros psicométricos adequados para uma medida de pressão econômica que demonstre ser válida para o contexto e que apresente uma estrutura interna empiricamente adequada, pois algumas medidas existentes ficam limitadas para uma melhor avaliação do construto, como propõe a literatura. A presente pesquisa objetiva-se elaborar uma Escala de Pressão Econômica e conhecer evidências de validade de conteúdo e consistência interna, bem como verificar a estrutura fatorial. Portanto, se encontra estruturada em três capítulos: o primeiro capítulo diz respeito ao marco teórico, tratando-se de um artigo de revisão sistemática da literatura acerca da pressão econômica e medidas referentes ao construto. Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, onde o segundo e o terceiro capítulo trazem a estrutura metodológica, estando compostos por dois estudos empíricos: o Estudo 1, objetivase elaborar a Escala de Pressão Econômica e verificar evidências de sua validade de conteúdo, a partir da análise semântica dos itens e a análise dos juízes. Para a etapa de validação semântica participarão 30 pessoas de acordo com os critérios de inclusão: homens e mulheres casados e com filhos, já a análise dos juízes, será solicitada a análise de pesquisadores da área de Psicologia e família; para verificar as evidências de consistência interna, participarão 200 pessoas obedecendo aos mesmos critérios de inclusão, que responderão à Escala de Pressão Econômica e as informações sociodemográficas, sendo empregando o programa IBM SPSS (versão 22), para a análise de componentes principais (CP) e o cálculo da consistência interna (alfa de Cronbach), bem como o teste t de Student para verificar o poder discriminativo dos itens, as estatísticas descritivas (medidas de tendência central e dispersão, distribuição de frequência) utilizadas para caracterizar os participantes. O Estudo 2, abordará a análise fatorial confirmatória, utilizando o mesmo instrumento, será aplicado a 200 pessoas de acordo com os critérios estabelecidos, e para análise dos dados será utilizado o software R (Studio) versão 3.3.1., considerando se a matriz de covariâncias, apresentando os seguintes índices de ajuste da estrutura: Índice de ajuste absoluto Overall Fit, o índice de ajuste parcimonioso RMSEA e o índice de ajuste comparativo ou incremental CFI (Comparative Fit Index).