Este estudo teve como objetivo cartografar os processos de subjetivação de mulheres quebradeiras de coco babaçu piauienses, que integram o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), compreendendo que implicações subjetivas têm sido produzidas no exercício da ação política das mulheres nesse movimento social. A pesquisa, de abordagem qualitativa, seguiu o desenho teórico-metodológico da cartografia. O estudo foi realizado a partir da imersão em três comunidades do município de Esperantina, onde está localizada a sede regional do MIQCB, e que contam com grupos de mulheres quebradeiras de coco. Além do acompanhamento das atividades do cotidiano das mulheres, utilizamos como recursos metodológicos a produção de narrativas de vida e a produção de fotos, pelas próprias mulheres, que se conectavam aos modos de vida das quebradeiras de coco. As fotos, posteriormente, foram utilizadas enquanto objetos relacionais em conversas coletivas com o grupo de quebradeiras que participaram do estudo. A análise foi orientada por três eixos, um primeiro relacionado às trajetórias de vida das mulheres e o contexto de opressão e violência no qual viviam e que desvelaram processos de resistência, fazendo emergir as condições de criação do MIQCB; o segundo relacionado às problematizações em torno da identidade “quebradeira de coco”, forjada do jogo político de reivindicação de direitos; e o terceiro, que ainda está em construção, que versa sobre os efeitos subjetivos produzidos pela ação política junto ao MIQCB.