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Banca de QUALIFICAÇÃO: IGOR EDUARDO DE LIMA BEZERRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IGOR EDUARDO DE LIMA BEZERRA
DATA: 16/01/2024
HORA: 10:15
LOCAL: Online/Remoto - Google Meet
TÍTULO: ENVELHECIMENTO, QUALIDADE DE VIDA E FINITUDE: UM ESTUDO TRANSCULTURAL DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ENTRE BRASIL E ESPANHA
PALAVRAS-CHAVES: Envelhecimento; qualidade de vida; finitude; representações sociais
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Introdução. No mundo contemporâneo, é nítida a ocorrência do fenômeno do envelhecimento populacional. Este fato acontece crescentemente e iniciou-se, com maior expressividade, em meados do final do século XIX, nos países considerados desenvolvidos na região ocidental europeia. Posteriormente, o mesmo vem acontecendo pelos países em desenvolvimento, abarcando múltiplas realidades (Correa & Justo, 2021). Por impactar inúmeros campos sociais, o aumento da longevidade no mundo tem sido o cerne de inúmeras práticas. Nesse contexto, os números são claros: segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2023) o mundo, hoje, tem cerca de 8 bilhões de habitantes e, deste apuramento, as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos representam quase 10% de toda a população. Ottoni (2020) aponta alguns dos principais fatores agenciadores do envelhecimento da população mundial. Dentre eles, pode-se citar as quedas das taxas de fecundidade e de mortalidade, o desenvolvimento e melhora de políticas públicas, aumento da expectativa de vida, os avanços em saúde e qualidade de vida, dentre outros. Nesse movimento, todos eles acabam construindo uma relação contínua e estruturante gerando o fenômeno citado.Discussões recentes na literatura apontam que o envelhecimento tem caráter heterogêneo, uma vez que ele não pode ser entendido apenas de uma única maneira possível. Logo, pode-se afirmar que existem envelhecimentos, tendo em vista o que se pensa acerca da vida e de seu término, bem como as ideias de multifatorialidade, multideterminação e as particularidades de cada conjuntura (Alves & Araújo, 2020; OMS, 2021). Fundamentação Teórica. Atualmente, a Europa é uma das regiões com uma das maiores expectativas de vida do mundo: 82,7 anos. Mais especificamente, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE, 2022a), na Espanha encontra-se uma das populações mais envelhecidas – com a previsão de que a idade mediana chegue a 50 anos em 2030 e continue a aumentar cada vez mais (Almeida & Zanloressi, 2018). No país, em 1976, a porcentagem total de idosos representava pouco mais de 10% da população; este número passou para 16,8% em 1998 e, em 2019, chegou à marca de 20,26% do total de habitantes (INE, 2022b). Assim, é evidente que o envelhecimento populacional espanhol foi ganhando, progressivamente, um caráter heterogêneo – que se mantém até o presente (Amaro & Afonso, 2018). No mesmo interim, nas regiões em desenvolvimento, algo semelhante acontece: já no início da metade do século passado, a maioria das pessoas com idade igual ou superior a 65 anos de todo o mundo vivia nesses países (Trintinaglia et. al, 2021). Segundo a ONU (2023), na área que compreende a América Latina, por exemplo, o envelhecimento populacional tem sido um dos mais velozes mundialmente. Especificamente, no Brasil, isto remete a um processo de transição social, o que acaba por impactar de diferentes formas todas as regiões do país (Oliveira et. al, 2019). Numericamente falando, mesmo que a idade mínima da velhice seja de 60 anos, a população com idade igual ou superior a 65 anos passou de 4,5% em 1990 para 13% em 2021, com a projeção de 22% em 2050 (UN DESA, 2022). Ressalta-se que, por ter características continentais, o Brasil tem dentro de seu território inúmeras especificidades. Isto é, dentro das considerações gerais, estão entrincheirados diversos fatores específicos às distintas realidades presente no país e, diante disto, se faz necessário analisar o envelhecer de forma contextualizada (Sousa et. al, 2020). Entretanto, mesmo que a longevidade tenha crescido na maioria do mundo, é importante entender que viver mais não significa, necessariamente, viver melhor (Matsudo, Matsudo & Neto, 2020).A OMS (2009) define Qualidade de Vida (QV) como “a percepção que um indivíduo tem sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e em relação aos objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A partir do exposto, é consensual que o envelhecer resulta na velhice, a última fase do ciclo vital humano – compreendendo, também, a forma como a QV está relacionada.Nesse sentido, é importante se pensar sobre a ideia de finitude atrelada a ela, já que é um fato universal e inevitável a todos os seres, mesmo que se queira impedi-lo ou adiá-lo (Robazzi et. al, 2022). A finitude traz o até então desconhecido, tendo relação com a possibilidade de perda, partida ou separação. Ela também envolve inúmeros sentimentos e sensações ao saber que é algo inevitável. Logo, quando se aproxima ou se chega na velhice, percebe-se com mais proximidade o aspecto finito do ser, o que pode causar angústia e gerar reflexões (Mariano et al., 2022). Assim, a finitude se restringe somente ao campo biológico, também envolve o psicológico e social. Sua percepção depende da maneira como se vivencia a vida, levando em conta as possibilidades e limitações. Oliveira e Anderson (2020) apontam que, mesmo que seja uma circunstância natural, este fato também pode ser concebido de várias formas pelas pessoas. Nesse sentido, o presente estudo fundamenta-se na teoria das Representações Sociais (RS) de Moscovici. Segundo o autor, as RS se constituem como algo que é partilhado socialmente pelos diferentes grupos através de ideias construídas coletivamente. Elas, também, associam o conhecimento do indivíduo ao meio onde ele vive e servem para comunicação (Moscovici, 2012). Para Jodelet, é através das RS que as pessoas conseguem identificar situações e aspectos cotidianos e comuns à sua realidade social. Elas também servem de auxílio na interpretação e na partilha das informações e ideias que vão sendo construídas por meio dos fenômenos sociais observáveis e através das relações em um determinado contexto (Jodelet, 2018). Dessa forma, pode-se aferir que as representações acerca dos construtos trabalhados até aqui podem ser múltiplas e diversas. Assim, nestes estudos, utiliza-se a teoria das RS para entender, comparativamente, de que forma brasileiros e espanhóis concebem as ideias de envelhecimento, qualidade de vida e finitude de acordo com seus contextos próprios. Sua justificativa e relevância se dão a partir do entendimento de analisar e compreender os construtos citados acima, de forma a identificar aspectos comuns e/ou distintos a partir das representações obtidas e com o intuito de elaborar e endossar práticas que contribuam positivamente na vida dos indivíduos. Objetivos. Geral. Apreender e comparar as representações sociais acerca do envelhecimento, da qualidade de vida e da finitude entre brasileiros e espanhóis. Específicos. Identificar os campos semânticos das representações em relação ao envelhecimento no Brasil e na Espanha; Averiguar as concepções acerca da qualidade de vida nos contextos brasileiro e espanhol; Apreender as representações sociais de brasileiros e espanhóis a respeito do final da vida; Elaborar uma cartilha bilíngue e informativa para um maior conhecimento reflexivo das temáticas. Método. Para todos os estudos. Local das Pesquisas. Serão realizadas nos países do Brasil e da Espanha, de forma presencial e online. Tipo das Pesquisas.São qualitativas, exploratórias, comparativas, descritivas, com dados transversais e amostras não-probalísticas. Participantes. Em cada estudo, espera-se contar com pelo menos 250 pessoas de cada país. Os critérios de inclusão são: ter 18 anos ou mais, residir em algum dos países citados e aceitar participar da pesquisa voluntariamente. Não serão inclusos aqueles que não se encaixarem nos referidos critérios. Questões Éticas. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí e recebeu parecer aprovado sob o número 6.596.400. Também se apresentará o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) com explicações, implicações, riscos e benefícios com a participação, seguindo os princípios éticos. Instrumentos. Em todas as investigações, os instrumentos serão três: a) entrevista sociodemográfica, com dados a respeito de gênero, idade, orientação sexual, raça, estado civil, escolaridade, renda, dentre outros; b) Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), por meio das expressões estímulo Envelhecimento (estudo 1), Qualidade de vida (estudo 2) e Final da vida (Estudo 3); c) e entrevista semiestruturada, com uma pergunta norteadora para cada estudo: “O que é envelhecimento para você?” (estudo 1); “O que é qualidade de vida para você?” (estudo 2); e “O que é o final da vida para você?” (estudo 3). Coleta de Dados. Serão coletados presencialmente e online, através de parcerias de grupo de pesquisadores capacitados em cada país. Primeiramente, será aplicada a entrevista sociodemográfica e, posteriormente, a TALP e a entrevista semiestruturada. Estima-se que a o tempo médio de resposta seja de 5 a 10 minutos. Análise dos Dados. Os dados sociodemográficos serão analisados no SPPS for Windows, por meio das estatísticas descritivas (frequências) e objetivando a caracterização dos participantes. A TALP e a entrevista semiestruturada serão analisas no IRAMUTEQ, através da Análise Prototípica e da Classificação Hierárquica Descendente (CHD), respectivamente, as quais permitem fazer análises estatísticas dos dados textuais de acordo com os grupos semânticos, considerando as significâncias (Camargo & Justo, 2013). Resultados Esperados. Espera-se encontrar representações que apontem para as singularidades, formas de perceber e vivenciar cada construto trabalhado nos dois países e contextos distintos. Além disso, identificar possíveis semelhanças ou diferenças acerca de cada aspecto, a partir de uma perspectiva interseccional e que sirva como base para outros estudos e práticas profissionais a respeito das temáticas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1551072 - LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
Interno - 2730053 - EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
Externo à Instituição - JOSEVÂNIA DA SILVA - UEPB
Notícia cadastrada em: 10/01/2024 10:27
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb09.ufpi.br.instancia1 07/11/2024 18:22