Introdução. O relacionamento romântico é um espaço que demanda o manejo de conflito à medida que o encontro com o outro, vai mostrando partes de si com as |
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quais pode ser difícil lidar. Nessa direção, a autocompaixão, construto da Psicologia Positiva, apresenta-se como um fenômeno que pode auxiliar as pessoas na resolução de conflitos conjugais e/ou românticos, na proporção que as ajuda em situações de sofrimento a lidar com seus conflitos de forma mais proativa e a considerar os seus problemas tão importantes quanto de outras pessoas. Objetivos. Esta dissertação teve por objetivo investigar a relação entre a autocompaixão e os fatores de resolução de conflito romântico; bem como, verificar se há relação entre os elementos positivos de autocompaixão e fatores de resolução de conflitos adaptativos; averiguar como se relacionam os componentes negativos de autocompaixão e fatores não adaptativos de resolução de conflitos. Para atender a estes objetivos, foram realizados uma revisão da literatura e dois estudos que compõem esta dissertação, a saber: a Revisão da Literatura apresenta articulações teóricas entre os construtos autocompaixão e resolução de conflito romântico; o Estudo I trata de uma revisão sistemática da literatura sobre a interface entre autocompaixão e relacionamentos românticos e o Estudo II diz respeito à pesquisa empírica que se propôs a realizar análises estatísticas que indicassem a relação entre autocompaixão e os fatores de resolução de conflito romântico. Método. No Estudo I foi realizada uma revisão sistemática de literatura sobre autocompaixão e resolução de conflito, evidenciando as articulações teóricas entre os construtos. Para tanto, foram realizadas buscas nas bases de dados: Scopus, PsycInfo (APA), Web of Science, BVS, Portal de Periódicos CAPES, INDEXPSI e PEPsic, usando os descritores “self-compassion” and “romantic relationship” e “autocompaixão” e “relacionamento romântico”, sem ter havido delimitação do recorte temporal das publicações para busca dos achados. No Estudo II foi realizada uma pesquisa empírica que contou com a participação de 306 pessoas do sexo masculino e feminino, com a média de idade de 34 anos (DP =9,19), que estavam em relacionamento romântico há pelo menos há seis meses. Estes responderam aos seguintes instrumentos Escala de Autocompaixão e Escala de Estratégias de Resolução de Conflito Romântico, além de questões sociodemográficas. Para análise de dados foram realizadas Correlação r de Pearson e Regressão. Resultados. Quanto à revisão sistemática da literatura, foram selecionadas 13 publicações referentes à interface autocompaixão e relacionamentos românticos que apontam para um cenário de produção científica incipiente para a temática pesquisada e das quais se puderam identificar categorias temáticas, entre as quais se destacaram “satisfação no relacionamento”, “gestão de conflitos no relacionamento”, “gênero” e “prática clínica”. Já as análises estatísticas demonstraram que a autocompaixão tem relação estatisticamente significativa com os fatores de resolução de conflito, especialmente com os adaptativos, sugerindo que o comportamento autocompassivo pode auxiliar as pessoas a adotar estratégias adaptativas de resolução de conflitos. Os resultados apresentados contribuem para ampliar a discussão em torno dos estudos que investigam a utilização da prática de autocompaixão no contexto dos relacionamentos românticos, mais precisamente no que tange a resolução de conflitos entre os casais. Neste sentindo, espera-se que estes resultados ampliem a compreensão acerca da dinâmica conjugal e contribuam como uma ferramenta facilitadora para os profissionais na construção de estratégias terapêuticas em favor de pessoas e casais.
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