As medidas relacionadas ao isolamento social para conter a velocidade de transmissão da covid-19 e posteriores medidas de proteção individual e coletiva para a retomada gradual das atividades presenciais, acarretaram novos desafios aos trabalhadores cuja rotina de vida atrelada ao contexto laboral, impôs um novo olhar sobre os sentidos do seu trabalho, e de sua capacidade de regular as emoções frente ao contexto, refletindo no quanto este se percebe satisfeito com a sua ocupação. Deste modo, formulou-se o problema de pesquisa “Quais os sentidos atribuídos ao trabalho pelos vendedores de comidas de rua no contexto da pandemia covid-19, e como estes influenciam em sua satisfação laborativa?”. A pesquisa teve por objetivo identificar, no contexto pandêmico de Parnaíba-PI, os sentidos atribuídos ao trabalho e a sua interlocução com a satisfação, por parte de trabalhadores informais do setor alimentício. Participaram do estudo 10 trabalhadores que atuam na venda de comidas de rua em Parnaíba-PI com idade entre 19 e 57 anos, com idade média de 32,5 anos, sendo cinco homens e cinco mulheres. Os participantes foram contatados virtualmente a partir da técnica Bola de Neve, tendo acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE. Após a explicitação da pesquisa e do TCLE, foi realizada a entrevista semiestruturada, acompanhada de um questionário sociodemográfico, além da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), deixando claro o caráter sigiloso das informações, e possibilidade de desistência a qualquer momento. A entrevista aconteceu por meio remoto (GoogleMeet). A análise de dados foi feita por intermédio da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2011), dando oriegem a três eixos centrais que sintetizam as respostas obtidas com a entrevista semiestruturada, sendo eles: 1) Motivos para estar na atividade; 2) Aspectos relativos ao sentido e compreensão sobre o trabalho; e 3) Concepções gerais sobre o trabalho e o trabalhar. A pesquisa demonstrou a vulnerabilidade em que se encontra o trabalhador informal e a falta de atenção social para com a classe investigada que, mesmo com tantas carências, tem encontrado cada dia mais espaço para tornar o seu serviço indispensável na rotina dos parnaibanos.