O relacionamento romântico é um espaço que demanda o manejo de conflito à medida que o encontro com o outro, vai mostrando partes de si com as quais pode ser difícil lidar, a autocompaixão, construto da Psicologia Positiva, apresenta-se como um fenômeno que pode auxiliar as pessoas na resolução de conflitos conjugais e/ou românticos, na proporção que as ajuda em situações de sofrimento, a lidar com seus conflitos de forma mais proativa e a considerar os seus problemas tão importantes quanto de outras pessoas. Esta dissertação tem como objetivo apresentar resultados e discussões a partir da investigação sobre a relação entre autocompaixão e fatores de resolução de conflito romântico; bem como, verificar como se dá a relação entre os elementos positivos de autocompaixão e os fatores de resolução adaptativos; averiguar como se relacionam os componentes negativos de autocompaixão e fatores negativos ou menos adaptativos de resolução; e identificar a contribuição de variáveis sociodemográficas. Para atender a este objetivo, a dissertação foi dividida em três artigos, sendo o artigo 1 uma revisão sistemática de literatura acerca da interface entre autocompaixão e relacionamentos romântico; o artigo 2 uma revisão sistemática sobre resolução de conflito romântico e o artigo 3 sobre um estudo correlacional entre autocompaixão e estratégias de resolução de conflito romântico. No artigo 1 foram analisados 13 produções científicas, provenientes das bases de dados Scopus, PsycInfo (APA), Web of Science, BVS, Portal de Periódicos CAPES, INDEXPSI, PEPsic, sem ter havido delimitação do período de publicação para busca do achados. O resultado indica um cenário de produção científica incipiente para a interface dos temas relacionados. No artigo 2 foram incluídos 48 artigos dos últimos 5 anos que tratassem de resolução de conflito e relacionamento romântico nas seguintes bases de dados: Web of Science; PsycInfo (APA); Scopus; BVS: INDEXPSI e PEPsic. Resultado mostra que a resolução de conflito tem sido estudada junto a uma diversidade de temas e que entre os resultados publicados há convergênncia de estudos sobre a influência de estilos de apego na resolução de conflito e que há relação desta com satisfação no relacionamento. No estudo 3 foi realizado um estudo correlacional sobre os dados coletados de variáveis de autocompaixão e de resolução de conflitos românticos. A pesquisa contou com a participação de 306 pessoas divórcio (Midade = 34,18, DP =9,19), do sexo masculino e feminino, com idade a partir de 18 anos, que estavam em relacionamento romântico há pelo menos há seis meses. Preliminarmente as análises estatísticas mostram que o fator geral de autocompaixão tem relação estatisticamente significativa com fatores de resolução de conflito romântico, especialmente com os adaptativos. Espera-se que resultados obtidos possam contribuir no entendimento sobre a utilização de estratégias na resolução de conflitos, de modo a verificar se a autocompaixão contribui na adoção de estratégias mais positivas de forma a elevar o nível da qualidade e da satisfação no relacionamento romântico.