Nossa proposta com o presente estudo é contribuir com a visibilidade da heterogeneidade de situações de opressão, lutas e resistências das mulheres. Porém, propomos fazer de um outro lugar: o das experiências das mulheres nos bairros populares de uma cidade do interior do Maranhão, município de Caxias. Objetivamos assim, investigar as formas como as mulheres que vivem em bairros populares de Caxias-MA vivenciam as estruturas sociais de opressão, seus modos de vida e resistência em suas vivencias diárias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa apoiada na proposta teórico-metodológica de produção de sentido no cotidiano que tem como base o construcionismo a partir da Psicologia Social. Participaram cinco mulheres de quatro bairros populares do município de Caxias-MA. Foi utilizado as seguintes técnicas metodológicas: a observação no cotidiano, conversas no cotidiano e entrevista semi-estruturada. Para a análise foi utilizado o mapa dialógico que originou dois eixos analíticos que tratam sobre: a) a história de vida das mulheres, recuperando suas origens, memórias e ensinamentos, bem como as opressões e dificuldades que atravessam suas vidas e b) a trajetória dessas mulheres a partir de seus bairros, suas formas de resistência, forjadas por suas ações sociais criativas, lutas cotidianas e suas contribuições. Em síntese, observou-se que as mulheres atuam enquanto sujeitas ativas em seus bairros buscando por melhores condições de vida, em prol de educação, infraestrutura, a partir da formação de uma rede feminina de sociabilidade e solidariedade a frente de clube de mães, associação de moradores e grupo de dança enquanto formas de resistência. Logo, entende-se que esse estudo pode contribuir com a literatura e discussões sobre mulheres de contextos periféricos de regiões não metropolitanas.