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Banca de QUALIFICAÇÃO: RAIMUNDO NONATO DE SOUSA BARROS NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAIMUNDO NONATO DE SOUSA BARROS NETO
DATA: 06/12/2021
HORA: 09:45
LOCAL: google meet (remoto)
TÍTULO: Representações Sociais do Suicídio: um estudo comparativo entre membros da comunidade LGBTQIA+ brasileiros e chilenos
PALAVRAS-CHAVES: LGBTQIA+, chilenos, suicidio
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

INTRODUÇÃO: Com a estimativa de que 800 mil pessoas cometam suicídio todos os anos, este configura-se como um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Compreendido como um fenômeno complexo e multicausal, o suicídio é mais frequente entre representantes de determinados grupos sociais, dentre esses, o de pessoas LGBTQIA+.Dessa maneira, considerando o suicídio como um fenômeno associado a fatores sociais, uma das abordagens teóricas e metodológicas que pode ser utilizada para seu estudo é a da Teoria das Representações Sociais (TRS), desenvolvida por Serge Moscovici. Salienta-se que, tendo a pesquisa um caráter transcultural, espera-se que seja possível observar como as representações sociais do suicídio entre os membros da comunidade LGBTQIA+ variam de acordo com o contexto social, mais precisamente, entre o contexto brasileiro e o chileno. Diante do exposto, observa-se a necessidade de se desenvolver estudos que busquem conhecer as representações do suicídio entre pessoas LGBTQIA+ em diferentes contextos. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:A sigla LGBTQIA+ é utilizada nos meios de militância nacional e internacional para representar e dar visibilidade a Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Transgêneros e Travestis, Queers, Intersexo e Assexuais, enquanto o “+” é utilizado como forma de representar e incluir outras formas de homossexualidade ou manifestações que não sigam os padrões de heteronormatividade (Bortoletto, 2019). De maneira geral, o movimento LGBTQIA+ é marcado por sua trajetória de luta contra todas as formas de preconceito e discriminação(Rocha, Ferreira, Carvalho & Cunha, 2017). Em virtudeda pressão exercida por esse movimento, alguns países, dentre esses Brasil e Chile, reconheceram a necessidade do desenvolvimento de leis e políticas públicas específicas que visem a defesa e garantia de direitos da população LGBTQIA+.O suicídio é um fenômeno complexo e multicausal, associado a fatores biológicos, sociológicos, epidemiológicos, filosóficos, psicológicos e culturais, tanto intrapsíquicos quanto interpessoais(Meleiro & 14 Correa, 2018). Dessa forma, diante da complexidade deste fenômeno, não é possível se falar em causa única do suicídio. Assim, entende-se que o suicídio é resultante de uma complexa rede, em que interagemfatores de risco e de proteção. Dentre esses encontra-se a história clínica do indivíduo, sendo que tentativas prévias de suicídio, o sofrimento por transtornos de saúde mental e o acometimento por doenças de ordem física são importantes fatores de risco para o suicídio. Observa-se ainda, por meio de dados epidemiológicos e estudos científicos que o risco para o suicídio está associado às características sociodemográficas, como idade, sexo, etnia, orientação sexual, dentre outros (Botega, 2015). Dessa forma, entende-se que determinados grupos sociais apresentam uma maior vulnerabilidade ao suicídio, sendo que, dentre esses, encontra-se o de pessoas LGBTQIA+. Apesar da inexistência de dados oficiais, diversos estudos apontam para a forte correlação entre comportamento suicida e orientação sexual/identidade de gênero, havendo maior prevalência desses comportamentos entre pessoas LGBTQIA+. Estudos apontam que jovens gays, lésbicas ou bissexuais podem estar até cinco vezes mais propensos a tentativa de suicídio do que os heterossexuais, sendo que essa alta proporção está diretamente associada ao contexto social e ambiental em que esses jovens estão inseridos (Hatzenbuehler, 2011). Nesse sentido, a literatura demonstra que fatores como discriminação, bullying e violência, estão associados ao maior risco de comportamentos suicida entre a população LGBTQIA+, enquanto apoio social e familiar seriam importantes fatores de proteção (Carvalho, Veloso, Ferraz, Monteiro, Barbosa & Lima, 2019). A Teoria das Representações Sociais (TRS) foi desenvolvida pelo psicólogo social Serge Moscovici (1925-2014), ainda na década de 1960. Inicialmente, a teoria não recebeu grande destaque dentro do campo da psicologia social, permanecendo restrita a França e a alguns poucos psicólogos sociais dispersos na Europa. Isso se deu especialmente pelo fato da TRS se contrapor ao paradigma positivista, hegemônico na época, que prezava pelo rigor científico, expresso pelo método experimental. Entretanto, se a recepção inicial da TRSdentro da disciplina da psicologia social foi fragmentada e problemática, ao longo dos cinquenta anos de sua criação, ela se estabeleceu como uma das abordagens teórico-metodológicas mais duradouras, influentes e difundidas da psicologia social(Arruda, 2002). A Teoria das Representações Sociais se propõe a estudar o “senso comum”, o como as pessoas transformam o não-familiar em familiar. De maneira simples, diante da complexidade da teoria desenvolvida por Moscovici, as representações sociais podem ser entendidas como um conjunto de crenças, ideias construídas socialmente, com o objetivo de convencionalizar e prescrever a 15 realidade social (Moscovici, 2003). OBJETIVOS:Opresente escrito tem como objetivo geral:identificar e comparar as representações sociais acerca do suicídio entre membros da comunidade LGBTQIA+ brasileiros e chilenos.E como objetivos específicos: Verificar o campo semântico das representações sociais do suicídio entre pessoas LGBTQIA+ brasileiras e chilenos; Identificar o conteúdo das representações sociais em relação ao suicídio entre membros da comunidade LGBTQIA+ brasileiros e chilenos; Comparar as representações sociais do suicídio entre pessoas LGBTQIA+ brasileiros e chilenos. MÉTODO:O presente projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí – Campus Ministro Petrônio Portella, e aprovado em setembro de 2021 conforme o parecer de número: 5.001.189.Foram respeitadas as orientações apresentadas nas resoluções do Conselho Nacional de Saúde de nº 466/2012 e 510/2019, que tratam da realização de pesquisas com seres humanos e determina diretrizes éticas para ciências humanas e sociais. Trata-se de um estudo do tipo qualitativo, descritivo, exploratório e transcultural, com uso de dados transversais. A amostra, do tipo não probabilística e por conveniência, será composta por 200 participantes, sendo 100 pessoas LGBTQIA+ brasileiros e 100 pessoas LGBTQIA+ chilenos. A coleta de dados teve início em outubro de 2021, e, atualmente, conta com a participação de 75 pessoas LGBTQIA+, todas brasileiras. Quanto a coleta de dados no Chile, a pesquisa contará com a colaboração dos professoresDr. PábloMendéz-Bustos e Cristina ValenzuelaContreras, vinculados à Universidad Católica delMaule. Assim como ocorreu no contexto brasileiro, o projeto será submetido à apreciação do Comitê de Ética associado à referida Universidade chilena. Os critérios para a participação na pesquisa são: ser brasileiro ou chileno; ter 18 anos ou mais; identificar-se como pessoa LGBTQIA+; possuir acesso à internet; não possuir declínio cognitivo; e aceitar a livre participação na pesquisa, mediante ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Ressalta-se que, por conta da pandemia de Covid-19, provocada pelo Novo Coronavírus, a pesquisa está sendo realizada de forma virtual, sendo, dessa maneira, necessário que os participantes disponham de dispositivos eletrônicos com acesso à Internet.Dessa forma, o instrumento de pesquisa está sendo divulgado por meio de aplicativos de mensagens instantâneas, como Whatsapp, e de redes sociais, como Instagram, Twitter e Facebook. As pessoas que se dispuseram a participar da pesquisa estão sendo orientadas a ler o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, ficando os pesquisadores disponíveis para sanar possíveis dúvidas acerca do estudo. Os instrumentos utilizados para a realização do estudo são: questionário sociodemográfico (composto por 16 perguntas como: nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, escolaridade, dentre outras);Técnica de Associação Livre de Palavras – TALP (com as palavras estímulo: Pensamento Suicida; Comunidade LGBTQIA+; e Eu Mesmo); e a entrevista estruturada (composta pelas seguintes perguntas:“Para você, o que significa o suicídio?”; “Para você, quais motivos podem levar alguém a pensar no suicídio?”; e “Para você, pessoas LGBTQI+ tem maior risco de tentar o suicídio? Justifique”). A fim de caracterizar o perfil dos participantes da pesquisa, os dados coletados a partir do Questionário Sociodemográfico serão submetidas a análises descritivas, expressas em média e desvio padrão, por meio do Software Estatístico SPSS versão 26. Já os dados obtidos por meio das entrevistas estruturadas foram alocadas em documento modelo bloco de notas para análise por meio da Classificação Hierárquica Descendente (CHD), como também os dados da TALP foram organizados em modelo de tabela estilo Excel para análise por meio da abordagem estrutural das RS, ambas no Iramuteq. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir para preencher lacunas de dados sobre o tema, uma vez que haverá uma parceria entre a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (Brasil) e a Universidad Católica delMaule (Chile) para realização desta pesquisa transcultural sobre as Representações Sociais do suicídio entre as pessoas LGBTQIA+. Por outro lado, esperase que os dados apreendidos junto aos participantes possam contribuir para futuras intervenções psicossociais como também oferecer subsídios para o desenvolvimento de programas e práticas que visem prevenir o suicídio de pessoas LGBTQIA+


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA KARLA SILVA SOARES - UFMS
Interno - 1859186 - FAUSTON NEGREIROS
Presidente - 1551072 - LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
Notícia cadastrada em: 02/12/2021 16:31
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb09.ufpi.br.instancia1 07/11/2024 18:21