A interiorização dos serviços que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ganhou impulso através da descentralização e regionalização dos serviços de saúde, que favoreceu a articulação de redes regionais de saúde em regiões compostas por municípios com menos de quinze mil habitantes, neste cenário, destaca-se a importância da educação permanente e das equipes interprofissionais para a construção de redes de cuidado contextualizada com os territórios que estão inseridos. Este trabalho buscou investigar como ocorrem os processos de educação permanente e trabalho interprofissional em uma equipe do CAPS I em municípios de pequeno porte no Piauí para produzirem cuidado e analisar as demandas de saúde mental. Utilizou-se dos pressupostos teóricos e metodológicos da análise institucional, conforme apontam Lourau (1993) e Baremblitt (2002). A socioclínica institucional foi utilizada como estratégia metodológica para realizar a pesquisa-intervenção. Os dispositivos para a construção dos dados da pesquisa foram três rodas de conversa com os profissionais do CAPS I, participação observante com registro em diários de pesquisa e restituição. Os dados apontaram a educação interprofissional e educação permanente como estratégias de formação profissional no processo de trabalho, possibilitando reflexões e ações no cenário de prática voltadas para além da intervenção psiquiátrica e da prescrição de medicamentos. Ressalta-se a importância do estudo para o cenário da atenção psicossocial e do campo da saúde mental coletiva no Sistema Único de Saúde (SUS), em relação ao processo de interiorização e produção de saúde em diferente contexto. Sugerimos a necessidade de mais estudos sobre a implantação e construção de dispositivos que chegam nos diversos contexto da interiorização da RAPS para a construção de conhecimentos capazes de qualificar a atenção em saúde mental nos diferentes cenários brasileiros.