Segundo a Organização Mundial de Saúde em 2012 ocorreram cerca de 804.000 suicídios no mundo, um a cada 45 segundos (OMS, 2014). No Brasil, foram notificados 55.649 suicídios de 2011 a 2015 (Brasil, 2017). Isto deixa claro a relevância da temática e os discursos sobre a mesma têm se ampliado, sendo preciso compreendê-los. Busca-se aqui esclarecer quais linhas de força atravessam os discursos sobre suicídio em uma rede social mediada pela tecnologia. O objetivo é cartografar os discursos sobre suicídio de usuários de redes sociais mediadas pela tecnologia, intenção que se desdobrou em: apreender as percepções dos usuários de páginas virtuais sobre a temática; caracterizar afetações acerca do suicídio nos discursos em páginas virtuais; e analisar os discursos acerca do tema em sua relação com os processos de produção de subjetividade contemporâneos. Foi traçada uma Cartografia (Deleuze & Guattari, 1995) dos discursos sobre suicídio no Facebook em comentários de publicações abertas ao público. Seguindo as pistas do método cartográfico (Passos, Kastrup & Escócia, 2015), realizamos uma busca ativa com a palavra “suicídio”. Dispensamos páginas religiosas, publicações anteriores a 2016, e postagens com menos de cem comentários. Os comentários “mais relevantes” foram selecionadas pela própria ferramenta. Reunimos 364 arquivos, que contribuíram para a construção de sete analisadores: Eixo 1 - discute o suicídio como um desafio ao tabu da morte; a morte autoprovocada sendo percebida como doença, fraqueza e covardia; e a defesa da mesma como um direito; Eixo 2 - possibilita pensar o suicídio como um resultado de pressões sociais; e como uma reação ao preconceito; Eixo das Resistências – observa a formação no território de grupos de apoio e trabalho. Percebemos os discursos sobre suicídio compondo um rizoma complexo, bem como a importância da realização de mais pesquisas nesse território e sua apropriação para se pensar em prevenir o suicídio.