A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que possui uma história milenar, mas que somente há poucas décadas tornou-se curável. Neste sentido, ainda é possível encontrar muitas pessoas que foram diagnosticadas com a doença numa época em que o tratamento era baseado na exclusão e no isolamento, sendo os hospitais-colônia uma das principais referências deste paradigma terapêutico. Em vista disso, uma parcela dos pacientes internados nos hospitais-colônia tiveram seus vínculos familiares e comunitários rompidos e/ou fragilizados, o que os fez permanecer nestas instituições, mesmo após a descoberta da cura da hanseníase, fenômeno que também que é observado no Hospital Colônia do Carpina em Parnaíba-PI. Deste modo, surgem algumas indagações: o que pensam os moradores do Hospital Colônia do Carpina sobre o envelhecimento perpassado pela hanseníase e suas sequelas? Como entendem este fenômeno tão complexo que é a hanseníase? E ainda, como percebem seu local de morada e tratamento, o Hospital Colônia do Carpina? Diante disso, propõe-se uma pesquisa, onde o objetivo geral é identificar e analisar as representações sociais dos moradores do Hospital Colônia do Carpina da cidade de Parnaíba-PI sobre o envelhecimento, a hanseníase e sobre o próprio Hospital Colônia do Carpina. Como objetivos específicos: identificar as representações sociais do envelhecimento entre os moradores do Hospital Colônia do Carpina da cidade de Parnaíba-PI; apreender as representações sociais do envelhecimento entre os moradores do Hospital Colônia do Carpina da cidade de Parnaíba-PI; bem como verificar as representações sociais sobre o Hospital Colônia do Carpina entre os moradores da instituição. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, dados transversais e por conveniência. Espera-se contar com a participação de vinte e dois moradores do Hospital Colônia do Carpina, sendo dezenove homens e três mulheres, distribuídos por uma faixa etária que vai de quarenta e oito a oitenta e cinco anos de idade. Para a coleta dos dados se utilizarão: Questionário sociodemográfico, Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), Entrevista semiestruturada e Grupo Focal. Após a autorização institucional, os moradores aptos a participarem do estudo serão convidados individualmente, terão acesso ao Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e receberão todas as informações sobre a pesquisa e as implicações que a participação acarretará. Os dados obtidos através da aplicação do questionário sociodemográfico serão analisados por meio do software SPSS for Windows na versão 21. Os dados colhidos através do Teste de Associação Livre de Palavras – TALP serão analisados pela Teoria das Redes Semânticas. Já as respostas da entrevista semiestruturada, bem como, o conteúdo textual do grupo focal serão tratados através de um software gratuito, o IRAMUTEQ. Contudo, será o referencial teórico da Teoria das Representações Sociais que dará suporte à interpretação do conjunto de dados. Com esse estudo, espera-se contribuir para a ampliação do debate social, especialmente entre os profissionais de saúde, a fim de se romper com a invisibilidade histórica a que estão submetidas as pessoas atingidas pela hanseníase, assim como também almeja-se contribuir para evidenciar a importância de se considerarem os aspectos psicossociais da hanseníase.