O estudo que se segue tem por finalidade uma investigação teórica com conteúdos filosóficos
trabalhados a partir das experiências dos alunos enquanto possibilidades reais de aprendizado
contextualizado, crítico e investigativo. A base para essa investigação parte das contribuições
epistemológicas de John Dewey, sobretudo, no que se refere à ideia de uma aprendizagem
significativa baseada na unidade ‘pensamento e ação’. A distância dos temas e abordagens filosóficas
da dimensão prática da vida das pessoas torna necessária a problematização das questões filosóficas
em suas experiências de vida diárias, fazendo-as perceber a filosofia não como contemplação da
realidade, mas como experiência de vida. A pesquisa discorre sobre o pragmatismo ou
instrumentalismo de Dewey, revisitando sua extensa obra bibliográfica e, dentro dela, categorias
como concepção de experiência, verdade, educação e democracia. Essa abordagem nos faz perceber
que o ensino que se constrói com base na experiência, amparado por uma filosofia que se apoia nos
conceitos científicos de verificação, falibilidade e reflexão, se torna mais efetivo na resolução dos
problemas sociais e reais dos seres humanos. Consideramos que a cognição, advinda das
consequências da experiência, é o instrumento de uso operativo que nos conecta ao mundo. A
pesquisa tem como finalidade refletir sobre a atualidade da teoria deweyana ao sentido de fazer o
ensino de filosofia uma prática fundamental para o desenvolvimento intelectual e social dos
educandos e apresentar uma proposta metodológica de uma aula laboratorial para os professores da
rede estadual de ensino da cidade de Gilbués que articule esses dois processos. O estudo visa analisar
criticamente as diretrizes sobre o ensino de filosofia contidas na BNCC – Base Comum Nacional
Curricular à luz da epistemologia deweyana.