Introdução: Enquanto doença crônica, a hipertensão demanda respostas do sistema de saúde que inclui o acesso, o acolhimento, a organização e o funcionamento do serviço em redes. Vale acrescentar o aspecto atitudinal demostrado pelas pessoas que utilizam o serviço de saúde, profissionais de saúde e de áreas afins e gestores. Objetivo: Objetivamos analisar a experiência de cuidado à saúde de pessoas com hipertensão no município de Batalha, Piauí. Métodos: Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo norteado pelo paradigma interpretativo. Realizamos entrevistas individuais a partir de roteiro semiestruturado com pessoas que vivenciam hipertensão, cadastradas pela Equipe Saúde da Família (eSF) Cacimbas I em Batalha, Piauí. Seguimos as diretrizes do Standards for Reporting Qualitative Research (SRQR) para garantir a transparência e completude desta produção. O recrutamento dos participantes se deu por conveniência, tendo como recurso o poder da informação. As entrevistas foram gravadas em áudio, transcritas e analisadas em blocos de três. No que diz respeito aos procedimentos éticos, enquanto projeto de pesquisa, a investigação cumpriu a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil para a obtenção do consentimento informado dos participantes e garantia da preservação da confidencialidade dos dados. Resultados e Discussão: A pesquisa foi realizada com 50 mulheres com diagnóstico de hipertensão: 62% se encontram na faixa etária de 55 anos a mais; 84% somente hipertensa; 76% estão em algum relacionamento; 36% estão aposentadas e 58% são donas de casa. A unidade intitulada “Quem sou eu pessoa que convive com a hipertensão?”, agrega a construção de cada uma das pessoas sobre o conceito de saúde, o conhecimento sobre a hipertensão, e os sentimentos, emoções e reações (SER) relacionadas a vivência da doença (SER- pessoa que convive com hipertensão). A segunda unidade denominada “Diálogos sobre o cuidado em saúde” inclui aspectos relacionados ao cuidado em saúde, expectativas em relação ao cuidado em saúde, apoio familiar, serviço de saúde e a relação da entrevistada com o serviço de saúde e com os profissionais, profissional de referência, trajetória do diagnóstico e sugestões de serviços e ações, referentes ao convívio com a hipertensão. Há fragilidades nesses componentes e a necessidade de elaboração de um plano de trabalho participativo e coerente com o cenário e contexto percebido no estudo. Conclusão: Este estudo se propôs a contribuir para um melhor acesso e escuta dos pacientes hipertensos junto a atenção primária. Sugerimos que outras pesquisas sobre o assunto sejam realizadas com mais questionamentos, em outras localidades, como na área urbana, e acrescente tópicos complementares ao tema.