A presente pesquisa tem como tema a noção de filosofia como esperança social,
evidenciada a partir das noções de narrativas e redescrições imaginativas em
Richard Rorty. O problema da pesquisa consiste em investigar de que modo a crítica
rortyana às noções tradicionais de verdade e natureza humana pode constituir
propositivamente uma filosofia voltada para a esperança social. A partir dessa
problemática enunciada, investimos na contribuição que as noções de narrativa e
redescrições imaginativas do filósofo norte-americano podem proporcionar para a
efetivação da solidariedade na contemporaneidade. Assim, inicialmente
investigamos as perspectivas teóricas que Rorty traçou dentro do pragmatismo
clássico, bem como a concepção de teóricos da corrente pragmatista
contemporânea que trouxeram fundamentos para sua teoria filosófica, no que se
refere a esse afastamento de questionamentos desenvolvidos pela corrente
filosófica analítica, para voltar-se a uma filosofia com questionamentos voltados ao
âmbito social. Posteriormente, evidenciamos os conceitos centrais que o
neopragmatista desenvolve acerca do uso da linguagem, uso de narrativas e das
redescrições filosóficas. Por fim, buscaremos evidenciar como as redescrições
imaginativas expressas sob a forma de narrativas contribuem para a consecução da
filosofia como esperança social. Dessa forma, a proposta da pesquisa consiste
então em apresentar uma redescrição da filosofia a partir das noções de narrativas e
redescrições imaginativas na filosofia social e política de Rorty (1999)