Notícias

Banca de QUALIFICAÇÃO: SÉRGIO LUÍS BARROSO DE CARVALHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SÉRGIO LUÍS BARROSO DE CARVALHO
DATA: 31/05/2024
HORA: 09:00
LOCAL: sala virtual
TÍTULO: A EVOLUÇÃO DA EPISTEMOLOGIA ANTISSORTE À EPISTEMOLOGIA ANTIRRISCO NA OBRA DE DUNCAN PRITCHARD
PALAVRAS-CHAVES: Duncan Pritchard. Epistemologia antissorte. Epistemologia antirrisco. Risco. Sorte.
PÁGINAS: 23
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO:

A partir da década de 1960, após a publicação de um breve artigo acadêmico por Edmund Gettier, os
requisitos para aquisição de conhecimento voltaram a motivar calorosos debates em Epistemologia.
Uma contundente conclusão das discussões que daí brotaram foi a afirmação de que não basta, para que
um sujeito epistêmico tenha conhecimento, que ele tenha crença verdadeira e justificada. Isso levou à
formação de numerosas propostas que buscam combater os vícios detectados por Gettier, geralmente
partindo da construção de uma linha argumentativa baseada no clássico formato de “crença verdadeira
e justificada”, mas com a inclusão de mais alguma condição. Entre tais perspectivas, dá-se destaque,
neste trabalho, àquelas que permitem entrever a influência negativa do que pode ser descrito como
“sorte”, ou “acidentalidade”. Um dos mais proeminentes filósofos a se dedicar a esse tema é Duncan
Pritchard, criador da abordagem conhecida como “epistemologia antissorte”. Ele levou adiante uma
proposta bastante similar a outras do formato “crença verdadeira e justificada mais algo”, mas partindo
da constatação de que a interferência da sorte sobre o processo de aquisição de conhecimento foi tratada
como uma platitude durante a maior parte da história da Filosofia. E, conforme a descrição de Pritchard,
os célebres contraexemplos apresentados por Gettier em seu artigo são, eles mesmos, casos de sorte
epistêmica: há neles um elemento que vincula a verdade da crença objeto a um fator inesperado. Diante
dessa constatação, Pritchard lançou mão de um relato modal para caracterizar situações semelhantes:
ocorre sorte epistêmica quando o sujeito de conhecimento tem crença verdadeira e justificada no mundo
real, mas não tem na maior parte dos mundos possíveis próximos. Essa caracterização seria suficiente
para identificar e evitar a interferência negativa da sorte epistêmica em grande parte das hipóteses
calculáveis, mas não em todos os tipos de sorte – uma dificuldade especialmente grave diante daquilo
que ele chamou de “sorte epistêmica reflexiva”. Anos depois do estabelecimento dessa teoria, Pritchard
passou a defender a transição de uma epistemologia antissorte para uma epistemologia antirrisco. A
noção de risco epistêmico, considerada por ele como mais fundamental que aquela da sorte epistêmica,
tornou-se o novo foco das suas reflexões. Embora semelhantes, as duas noções diferem de forma
fundamental: o próprio significado do termo “risco”, segundo Pritchard, subentende a superveniência
de uma possibilidade indesejável para o agente epistêmico – a possibilidade de que ele não tenha
conhecimento afinal de contas. A vantagem dessa caracterização sobre aquela da epistemologia
antissorte estaria no maior escopo da solução de possíveis casos extraordinários – a epistemologia
antirrisco seria capaz, segundo Pritchard, de afastar não apenas os casos em que o agente epistêmico
falha em ter crença verdadeira e justificada no mundo real, mas também os casos em que ele sequer tem
alguma crença. Cabe questionar, no entanto, se a caracterização oferecida por Pritchard em sua obra é
suficiente para descrever a complexidade da noção de risco e de sua relação com a aquisição de
conhecimento. Possíveis hipóteses de solução para esse questionamento – e que serão objeto de
produção futura – se escoram nas interfaces entre a Filosofia e outros ramos de conhecimento, como a
Estatística e a Probabilidade.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALEXANDRE MEYER LUZ - PUC - RS
Interno - 2184886 - EDNA MARIA MAGALHAES DO NASCIMENTO
Presidente - 022.835.460-95 - GIOVANNI ROLLA - UFRGS
Notícia cadastrada em: 22/02/2024 08:22
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb09.ufpi.br.instancia1 07/11/2024 15:59