O presente trabalho propõe uma concepção de corpo à luz da compreensão de alegria na filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Sob a esteira do pensamento nietzschiano, optamos como caminho conceitual, tratar desta relação de modo mais pontual, especialmente acerca da ótica desenvolvida pelo autor em sua obra A gaia ciência (2012) de 1882. A alegria é um tema de suma importância no pensamento nietzschiano, visto que aparece constantemente ao longo de sua produção teórica e se coaduna com outros elementos-chave de seu pensamento como o amor-fati e vontade de potência. A alegria e o riso emergem como contraponto à estruturas de pensamento rígidas e dogmáticas, tais como a metafísica e o Cristianismo, que sustentaram a maior parte do pensamento ocidental. Nietzsche desenvolve uma filosofia que congrega a alegria e o riso como modo de pensamento afirmativo, que é capaz de aceitar as vicissitudes da vida e ainda assim criar outros modos de ser e agir no mundo. O filósofo evoca o poder do riso como incitador de um pensamento filosófico autônomo sem excluir a tragicidade que compõe a existência. Deste modo, após abordar a questão da alegria, pensaremos como se dá sua incidência em um corpo que é vida, criação e riso