Falar de arquitetura já pressupõe determinadas construções que são pensadas a partir do seu valor estético/artístico, sua funcionalidade, sua historicidade. Assim, ela costuma aparecer como objeto arquitetônico, destacando sua individualidade e sua capacidade de inserção no meio. O que proponho é pensar arquiteturas plurais, cotidianas, espontâneas ou não, que não se limitam a edifícios, mas que são o próprio espaço poético, no seu dizer próprio. A linguagem poética que nos vem ao encontro nesse dizer é um vigorar de mundo e da arquitetura nela mesma. Para isso seguimos o caminho do pensar no qual Heidegger nos coloca. Este pensar, diferente daquele que toma as coisas por seus valores, é em si mesmo um experienciar livremente, um escutar o dizer da linguagem. No caminho da experiência da linguagem o que pode as paredes mudas nos dizer?