Nosso trabalho tem como objetivo elucidar a compreensão heideggeriana da linguagem originária ou acontecimento linguístico e sua co-originariedade no mundo. Para isso, mediante o aprofundamento bibliográfico, procuraremos explicitar no primeiro momento, em Ser e Tempo (1927), o impessoal (“nós” linguístico anônimo) e a angústia (pessoalidade do ser) como dinâmica integrante de constituição da linguagem originária. No momento posterior, por via, basicamente, dos textos Língua técnica e língua de tradição (1970) e A questão da técnica (1953), esses dois modos (pessoalidade-propriedade e impessoalidade-impropriedade), serão vistos como processo dinâmico da pergunta pela essência da técnica. E, no momento final, para o aqui buscado, o silêncio e o pensamento serão revelados como modos eficazes e diretos em que o ser humano se põe a caminho da linguagem originária. Concluiremos, reafirmando, a partir da ontologia existencial heideggeriana, a co-originariedade de mundo e linguagem em seu modo originário, isto é, o nexo integrativo, via busca pela essência da técnica, de mundo e linguagem em sua gênese ontológica.