Introdução: A pandemia da doença coronavirus infectious disease (COVID-19) teve um impacto marcante e de longo prazo em toda população. As consequências para a saúde de indivíduos de todas as idades se manifestam de médio e longo prazo, denominando-se Síndrome pós COVID-19. Destacando as disfunções olfativas e gustativas. Dessa forma, observou-se poucos estudos desses sintomas em crianças. Objetivo: Avaliar os impactos da COVID-19 na gustação, olfação e no padrão alimentar de escolares. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, domiciliar e analítico, parte de um macro projeto, denominado EPICOVID. Foram entrevistados escolares de 5 a 19 anos, entre março e novembro de 2022. Foram coletados dados socioeconômicos, idade, sexo, escolaridade e situação de saúde, por meio da aplicação de um formulário digital padronizado, usando o programa EpiCollect/RedCap. Para análise dos resultados, um banco de dados foi criado e analisado no software SPSS. Foi utilizado teste binominal, qui-quadrado de Mantel Hanszel e teste do qui-quadrado de Pearson para as variáveis nominais. O limite de significância mantido foi de 5 %. Resultados: Foram incluídos 314 crianças e adolescentes. 65% eram domiciliados na capital. Prevaleceu o grupo de adolescentes no intervalo de 10 a 19 anos do sexo feminino em Teresina, representando 65,4%, cor parda 68,5% e renda familiar de um salário mínimo 39,3%. Entre os pesquisados, a maioria relatou não ter adquirido COVID-19, sendo 78,7% eram do interior e 51,2% capital. Quando comparados com os testes sorológicos para IgG pode-se observar que a maioria dos indivíduos já havia tido contato com o vírus, 47,9%. 65 dos pesquisados apresentaram alguns sintomas para COVID-19, 13 referiram ter disfunção gustativa e 13 referiram alteração olfativa. Quanto a frequência alimentar, pode- se observar que o consumo ≥5 dias na semana pelos escolares se concentrou nos alimentos feijão com 63,9%, arroz/macarrão 80,8%, Leites/derivados 57,2% Frango 42,9%, enquanto que o consumo de ultraprocessados tiveram elevado consumo 2 a 4 vezes na semana. Conclusão: Crianças e adolescentes são assintomáticas na maioria dos casos e, consequentemente, poucos relataram anosmia e ageusia após infecção pelo vírus. Com relação a frequência de consumo alimentar, os indivíduos apresentaram-se em situação de insegurança alimentar devido a redução do consumo de alimentos importantes para sua alimentação regular. Seja por questões socioeconômica ou pela perda sensorial.