Introdução: A COVID-19 é considerada um problema de Saúde Pública. Esta doença acomete crianças e adolescentes, além de ter impactos indiretos na saúde deste público, afetando o estado nutricional e consumo alimentar desta população, desta forma, é indispensável a identificação precoce de fatores associados à inadequação da alimentação para estabelecer estratégias que possam viabilizar ações de saúde pública. Objetivo: Analisar o consumo alimentar, estado nutricional e comorbidades de crianças e adolescentes durante a pandemia da COVID-19 no Piauí. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, domiciliar, de caráter quantitativo, analítico, um recorte de uma pesquisa mais ampla, conduzida por meio de um inquérito sorológico em todo o Piauí, denominada EpiCovid. O estudo foi realizado no estado do Piauí e incluiu crianças e adolescentes de 04 a 18 anos. Assim, foram investigadas as variáveis: sociodemográficas e socioeconômicas, estado nutricional, comorbidades e consumo alimentar. Resultados: Das 296 crianças e adolescentes, 60,8% residiam em Teresina, onde 52,2% eram do sexo feminino, a faixa etária com maior número de participantes foi de 14 a 18 anos tanto na capital (18,5%) como no interior (20,6%), a maioria da população tinha renda familiar de até um salário mínimo (36,8%). 85,8% das crianças estavam matriculadas em instituição de ensino, sendo a maior parte em ensino remoto. Em relação ao peso houve um incremento de peso de 0,8g entre os homens e 2,5Kg entre as meninas durante a pandemia. As crianças de 04 a 05 anos foram classificadas com peso adequado para idade antes e durante a pandemia, 60% e 80% respectivamente, assim como 75% estavam com estatura adequada para idade. As crianças de 05 a 10 anos de idade também foram classificadas com eutrofia em sua maioria, antes da pandemia (41,2%) e depois (33,4%), porém houve da taxa de sobrepeso durante a pandemia (20,5%). 29,9% dos adolescentes estavam eutróficos antes da pandemia e 37,2% durante a pandemia, também houve aumento de sobrepeso para 9,8%. Houve consumo regular de FLV, arroz e feijão, ovos, sendo o frango a carne mais consumida pelos entrevistados, assim como houve elevado consumo de alimentos industrializados, sendo considerado como inadequado. Em relação as comorbidades as mais prevalentes foram: asma, outras doenças respiratórias e obesidade. Conclusões: As crianças e adolescentes residiam em sua maior parte na capital, a maioria era do sexo feminino, e adolescentes, estavam eutróficos, estatura adequada para idade e houve menor prevalência de excesso de peso e obesidade. O estudo apontou consumo regular em relação aos alimentos básicos do hábito alimentar regional (arroz, feijão), assim como consumo de ovos, em relação a carnes houve maior consumo de frango, o consumo de frutas foi considerado regular enquanto consumo de alimentos ultraprocessados foi considerado inadequado. As comorbidades mais prevalentes foram: asma, outras doenças respiratórias e obesidade.