Introdução: A pandemia da covid-19 representa a maior crise sanitária e hospitalar do século, com altas taxas de infecção e mortalidade. No Piauí, a primeira morte aconteceu em 28 de março de 2020. Após um ano do primeiro óbito, em relação ao Brasil, o estado alcançou a maior média móvel de óbitos por semana, com cerca de 269 óbitos registrados. Objetivo: analisar a distribuição espacial da incidência, letalidade e a mortalidade por covid-19 no Piauí e sua correlação com indicadores socioeconomicos e demográficos, durante o primeiro ano de pandemia. Métodos: Estudo ecológico com dados de incidência e mortalidade por covid-19, ocorridos de março de 2020 a fevereiro de 2021, notificados no Painel Epidemiológico Piauí – covid-19. Utilizou-se como variáveis dependentes o número de casos confirmados, número de óbitos e as taxas de incidência, letalidade e mortalidade. As variáveis independentes foram Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), razão de renda e densidade demográfica por km² e as regiões de saúde. As informações foram obtidas no site da secretaria estadual de saúde (www.saude.pi.gov.br/painelepidemiológicocovid-19,piaui), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Realizou-se a correlação de Spearman para verificar se há relação monótona entre as variáveis sociais e os indicadores de saúde para covid-19. O nível de significância adotado foi de 5%. Foram construídos mapas elaborados pelo programa QGis 3.18 Zurich para as taxas de incidência, letalidade e mortalidade por município e região de saúde. Resultados: Foram registrados 174.008 casos e 3.352 óbitos por covid-19 no Piauí durante o primeiro ano de pandemia. A região Entre Rios apresentou o maior número de casos (80.325) e de óbitos (1.670) enquanto a Vale do Sambito apresentou o menor número de casos (4.354) e a Vale do Canindé o menor número de óbitos (63). A maior taxa de letalidade foi registrada na região de Vale do Sambito (2.30) e a menor na região de Tabuleiros do Alto Parnaíba (1.37). Houve correlação positiva e significativa entre taxa de incidência, IDH e a densidade; correlação positiva entre taxa de letalidade e as variáveis socioeconômicas, densidade e razão de renda; e correlação positiva entre a taxa de mortalidade e o IDH. Conclusão: características socioeconômicas exerceram influências na disseminação e mortalidade por covid-19 quando associados os indicadores epidemiológicos. Torna-se necessário monitorar e fortalecer os níveis de atenção à saúde, o qual desenvolve função fundamental na redução das iniquidades em saúde.