Introdução: A adolescência é uma importante fase do desenvolvimento do organismo, pois comumente ocorrem mudanças nos hábitos de vida. As patologias oriundas da exposição aos riscos cardiometabólicos, como a hipertensão arterial merecem atenção, visto que é possível diagnosticá-las e diminuir a convivências com seus fatores de risco por meio da adoção de práticas preventivas em saúde. Objetivo: Analisar os fatores de risco cardiometabólico em adolescentes. Método: Estudo transversal que incluiu 137 adolescentes selecionados aleatoriamente com idades entre 12 e 18 anos. A coleta de dados foi realizada em maio e junho de 2021 em oito escolas públicas estaduais na cidade de Pedro II-PI. Foram investigadas variáveis sociodemográficas, medidas antropométricas (índice de massa corpórea, circunferência da cintura e circunferência do pescoço), pressão arterial e aplicados questionários validados para avaliação da atividade física, padrão de sono, maturação sexual, uso do álcool e tabaco. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Science, versão 26.0. Utilizou-se os testes de Qui- quadrado, e Exato de Fisher para análise de associação entre as variáveis categóricas, e o teste de comparação múltipla de KrusKal Wallis para as estatísticas das variáveis qualitativas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí mediante parecer de nº 452.842 e seguiu todas as recomendações éticas. Resultados: A maioria dos participantes se consideravam pardos (48.9%), pertenciam ao sexo feminino (59.1%) e tinham faixa etária ≤ 16 anos (56.2%). No tocante a avaliação do estado nutricional, 17.5% evidenciaram obesidade geral e 29.2% apresentaram obesidade abdominal. A elevação do índice de conicidade foi mais expressiva nas adolescentes (86.1%). Grande parte dos estudantes tinham distúrbio do sono (51.1%). A ocorrência do sedentarismo foi de 8%, enquanto dos irregularmente ativos foi de 60.6%. A prevalência de hipertensão arterial foi de 16.8%. As varáveis sexo e alterações do índice de massa corpórea, circunferência da cintura e circunferência do pescoço foram as que apresentaram associação com o desfecho da hipertensão arterial (p=0.04, p=0.006, p<0.001 e p=0.003, respectivamente). A obesidade abdominal foi a variável que mais se apresentou estaticamente significante em relação a ocorrência da hipertensão arterial (OR= 6.249). Conclusão: Os resultados dessa investigação indicam a necessidade de implementação de estratégias para controle e monitorização da pressão arterial, visto que a hipertensão arterial se apresenta como importante fator de risco para danos cardiovasculares e vem se demostrando como um dos principais desdobramentos para os demais riscos cardiometabólicos.