INTRODUÇÃO: A etiologia da obesidade tem origem na presença de fatores de riscos inerentes ao próprio indivíduo e a sociedade, visto que pesquisas têm demonstrado o crescimento da obesidade infanto-juvenil associado às condições socioeconômicas ambientais e culturais, ao consumo alimentar inadequado e ao sedentarismo. OBJETIVO: Estudar o excesso de peso, obesidade e os fatores associados em adolescentes do ensino médio de Teresina – PI.METODOLOGIA: Estudo transversal com amostra representativa de adolescentes de 14 a 19 anos de idade do ensino médio de escolas públicas e particulares, selecionada por amostragem aleatória simples e estratificada proporcional. O estado nutricional foi avaliado pelo IMC/idade. As variáveis independentes estudadas foram: sexo, idade, instituição de ensino, escolaridade materna, renda familiar mensal, prática de atividade física fora da escola, obesidade abdominal, níveis pressóricos, consumo alimentar pela aplicação do recordatório de 24 horas, com análise da adequação do VET, macronutrientes e dos marcadores de consumo alimentar. As variáveis categóricas foram apresentadas em porcentagens e o teste Qui-quadrado analisou a existência de associações, adotando significância de 5%. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional. RESULTADOS: Foram avaliados 674 adolescentes, com idade média de 16 anos, predominância feminina (56,7%) e da rede pública de ensino (64,7%). O peso alterado foi observado em 134 (19,8%) dos adolescentes, representados por excesso de peso (12,9%) e obesidade (6,9%), sendo predominantes no sexo feminino (14,4% e 7,1%) e na rede particular de ensino (14,2% e 7,9%). A prática de atividade física foi pouco referida pelos adolescentes (48,5%), e os adolescentes com excesso de peso realizam mais que os obesos [OR = 0,67 (IC95%: 0,31-1,45)]. Observou-se prevalência de pressão arterial elevada de 12,6%, apresentando associação entre excesso de peso e obesidade. Quanto ao consumo alimentar, os adolescentes apresentaram baixo consumo energético, especialmente aqueles com excesso de peso e obesidade (mais de 80%). A maioria dos adolescentes apresentou adequado consumo de macronutrientes e as maiores prevalências de inadequação foram observadas nos lipídeos, especificamente os ácidos graxos saturados. Os marcadores de alimentação revelaram baixa ingestão de frutas e hortaliças entre os adolescentes com alteração do peso em ambas as redes de ensino, e alto consumo de bebida adoçada entre adolescentes com excesso de peso (p = 0,042) e hambúrguer e/ou embutidos entre aqueles com obesidade (p = 0,033) da rede particular de ensino em comparação às escolas públicas. CONCLUSÕES: Os resultados revelaram um cenário epidêmico que deve ser visto como um problema de saúde pública, sobretudo pela possibilidade de provocar graves doenças crônicas na vida adulta. Assim, sugere-se o fortalecimento de políticas públicas que contribuam para o desenvolvimento de intervenções objetivando a redução do consumo excessivo de alimentos que favoreçam a obesidade e incentivem a prática de atividade física buscando a promoção da saúde na adolescência.