Banca de QUALIFICAÇÃO: BEATRIZ CAROLINE LEÃO LIMA
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: BEATRIZ CAROLINE LEÃO LIMA
DATA: 31/08/2024
HORA: 14:00
LOCAL: RELATÓRIO ON LINE
TÍTULO: ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL DAS NOTIFICAÇÕES DE LESÕES AUTOPROVOCADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL, DE 2013 A 2022
PALAVRAS-CHAVES: Autolesão. Estudos ecológicos. Análise espaço-temporal. Saúde pública.
PÁGINAS: 52
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
SUBÁREA: Saúde Pública
RESUMO:
Introdução: Lesão autoprovocada é uma forma de lesão auto-infligida, podendo ter intencionalidade suicida ou não. Mundialmente, a automutilação está cada vez mais presente em crianças e adolescentes. No Brasil, a saúde mental de crianças e adolescentes vem apresentando danos ao longo do tempo e as notificações de lesões autoprovocadas nessa população podem seguir a tendência mundial de crescimento. A análise do padrão temporal e espacial desse agravo é fundamental, tendo em vista a conjuntura social atual que reverbera na saúde mental da sociedade e a necessidade de conhecer a magnitude e o comportamento do agravo, podendo ter relação com o espaço e os respectivos fatores socioeconômicos no contexto em que o indivíduo está inserido. Objetivo: Analisar a ocorrência temporal e espacial das lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes no Brasil, entre 2013-2022. Métodos: Estudo transversal e ecológico misto sobre lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes de 5 a 19 anos, no Brasil. Os dados foram obtidos do sistema do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O modelo de análise de Prais-Winsten foi utilizado para análise de tendência temporal. O software QGIS foi utilizado para a construção de mapas temáticos para análise espacial. Neste estudo, o nível de significância considerado foi de < 5%. Resultados: Houve 234.190 notificações de lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes ao Sinan, no período estudado. Os casos notificados tinham como características predominantes: sexo feminino (77,1%), faixa etária de 15 a 19 anos (70,3%) e ocorrência na região Sudeste (45,5%). O Brasil e suas regiões apresentaram crescimento das taxas no período, exceto em 2020. Observou-se tendência crescente no Brasil [variação percentual anual (VPA): 28,7; IC95% 19,9; 38,2; p: < 0,001)] e nas regiões Norte (VPA: 26,6; IC95% 18,5; 35,3; p: < 0,001), Nordeste (VPA: 32,7; IC95% 24,4; 41,5; p: < 0,001), Sudeste (VPA: 27,8; IC95% 20,1; 36,1; p: < 0,001), Sul (VPA: 26,5; IC95% 12,8; 41,8; p: 0,001) e Centro-Oeste (VPA: 31,5; IC95% 23,5; 40,0; p: < 0,001). A distribuição espacial apresentou incremento na concentração das taxas de lesão autoprovocada, com destaque para o ano de 2022. Observou-se dependência espacial em todos os períodos (2013-2015: 0,331 p: <0,001; 2016-2018: 0,447 p: <0,001; 2019-a2021: 0,475 p: <0,001; 2022: 0,431 p: <0,001). Observou-se correlação global das taxas de lesão autoprovocada com o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) (2013-2015: 0,139 p: <0,001; 2016-2018: 0,242 p: <0,001; 2019-2021: 0,300 p: <0,001; 2022: 0,248 p: <0,001). Conclusão: O estudo apontou tendência temporal crescente, incremento na concentração espacial e dependência entre aglomerados de altas ou baixas taxas de lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes entre os municípios no Brasil, ao longo do período estudado. Observou-se correlação entre o IDHM e as taxas de lesões autoprovocadas, sendo possível verificar altos índices de IDHMs e baixas taxas de lesões autoprovocadas em municípios localizados na região Sudeste, enquanto baixos índices de IDHMs e altas taxas de lesões autoprovocadas estavam localizados em municípios da região Nordeste.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2058744 - CÁSSIO EDUARDO SOARES MIRANDA
Interno - 1585512 - JESUSMAR XIMENES ANDRADE
Presidente - 1888794 - JOSE WICTO PEREIRA BORGES
Interno - 3278779 - JOSÉ CLAUDIO GARCIA LIRA NETO
Externo à Instituição - LORENA UCHÔA PORTELA VELOSO - UESPI