Introdução: Educação em saúde constitui processo de produção do conhecimento, mediado por práticas educativas intencionais que ampliam a consciência crítica e reflexiva dos partícipes nutricionistas. Objetivo: Analisar a relação das práticas educativas de nutricionistas do Programa Saúde na Escola com estratégias de nutrição. Métodos: Estudo qualitativo, do tipo explicativo, com nutricionistas que desenvolvem práticas educativas no Programa Saúde na Escola em 10 municípios-sede de regiões de saúde do estado do Piauí. Na primeira etapa do estudo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 22 nutricionistas, no período de março a maio de 2020. A segunda etapa foi constituída de oficinas formativas, que ocorreram em julho do mesmo ano e tiveram a participação de duas nutricionistas participantes da primeira etapa. Os dados obtidos foram transcritos e analisados, segundo Bardin (1977), e, após essa análise, foram submetidas ao software Iramuteq, que realizou análises quantitativas dos dados textuais, para apresentação em nuvens de palavras e análise de similitude. Resultados: Foram evidenciados quatro eixos temáticos: práticas educativas no contexto do PSE; planejamento de ações; necessidades pontuais de promoção da saúde para atender às escolas; e intersetorialidade. A pesquisa constatou que a prática educativa, na realidade dos nutricionistas, é vista como orientação, repasse e intervenção. O planejamento de ações, o diagnóstico situacional, o tempo e os recursos devem ser considerados para execução das práticas. Quanto ao atendimento às condições de saúde, no sentido escolar, nem sempre as escolas levam aos profissionais as demandas, ficando a cargo do nutricionista realizar o diagnóstico. Para os partícipes, a Saúde é protagonista no enfrentamento das ações do Programa Saúde na Escola, e há ausência da intersetorialidade. Conclusão: As estratégias utilizadas pelos partícipes, de modo geral, acontecem esporadicamente e são pautadas no ensino tradicional, ou seja, na transmissão do conhecimento. Geralmente, essas práticas educativas, para mudanças de comportamentos, são de cunho autoritário. O estudo sugere outra perspectiva de educação em saúde, com a participação da sociedade, centrada na autonomia do sujeito. O uso das oficinas para discussão das práticas educativas criou possibilidades para os partícipes refletirem sobre o modo como estão desenvolvendo e de como é o funcionamento do Programa, assim como possibilitar práticas educativas mais dialógicas.