INTRODUÇÃO: A infecção pelo Papilomavírus Humano é responsável por aproximadamente 500 mil casos novos de neoplasia cervical em todo o mundo, e é na adolescência que existe o maior risco de infecção por este vírus em virtude do início precoce da atividade sexual, das práticas sexuais desprotegidas, grandes números de parceiros e contato com outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. A vacinação é uma estratégia relevante para a saúde pública, pois é uma ação preventiva reconhecida pelo impacto na redução da morbimortalidade de doenças imunopreveníveis. OBJETIVO: avaliar o conhecimento, a atitude e a prática de adolescentes acerca da vacinação contra Papilomavírus Humano.METODOLOGIA: estudo avaliativo do tipo Conhecimento, Atitude e Prática, de corte transversal, realizado em 22 escolas públicas do interior piauiense, com meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A amostra foi calculada com base em uma margem de erro de 3% e nível de confiança de 95% e proporção máxima de ocorrência do fenômeno de 50%,totalizando 631 indivíduos. A coleta de dados ocorreu em salas reservadas no período de fevereiro a novembro de 2018, por meio de um questionário. Os dados foram compilados e analisados com o auxílio do software estatístico SPSS versão 20.0. Para a análise do conhecimento, atitude e prática utilizou-se os itens de avaliação de escala likert apresentados na Classificação dos Resultados das Intervenções de Enfermagem e para as associações entre as variáveis, foi utilizado o Teste Qui-quadrado de Pearson. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com parecer nº 2.429.531 e seguiu os princípios éticos estabelecidos na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS: Dos 631 entrevistados, 56,4% eram mulheres. A idade variou entre 09 a 14 anos 11 meses e 29 dias, com predomínio de adolescentes com 11 anos. Nos dois sexos, foi maior a proporção de indivíduos de cor da pele parda 44,5%. A maioria dos adolescentes era solteiro 82,4%, católicos 59,6%, apenas estudava 85,7% e possuía renda familiar menor que um salário mínimo. O inquérito Conhecimento, Atitude e Prática, permitiu identificar que a maioria dos adolescentes foram classificados com conhecimento, atitude e prática adequada, 65,9%, 80,5% e 47,3%, respectivamente. Verificou-se uma associação estatisticamente significativa entre o conhecimento e a prática (p= 0,028), não houve significância estatística na busca de associação entre a atitude e a prática (p= 0,663). CONCLUSÃO: Observou-se que ter conhecimento adequado aumentou a probabilidade de ter uma prática adequada. A educação em Saúde envolvendo adolescentes e familiares, consulta programada para o adolescente, a busca ativa e fortalecimento do Programa Saúde na Escola são alternativas e propostas que precisam ser revistas e avaliadas quanto a sua efetividade, pois são imprescindíveis para a conscientização e participação dos adolescentes acerca dos serviços de saúde aos quais têm direito. A participação do profissional de saúde é essencial, principalmente o enfermeiro, visto que é um ator em ações adequadas no enfrentamento dos problemas de saúde.