As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade em todo mundo. Como importante fator de risco para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, destaca-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que é o principal motivo para consulta e acompanhamento profissional na atenção básica. Um dos desafios do tratamento da HAS é a adesão terapêutica, fator essencial para controle dos níveis tensionais e redução de danos à saúde e ao desenvolvimento econômico e social. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a adesão ao tratamento medicamentoso da HAS em hipertensos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família. Trata-se de estudo transversal realizado com 682 hipertensos acompanhados pelas equipes da estratégia saúde da família em Teresina- Piauí. A adesão ao tratamento da hipertensão foi medida pelo Questionário de Morisky-Green-Levine. Como variáveis explicativas, foram investigadas características sociodemográficas, estilo de vida, fatores clínicos e terapêuticos. Na análise bivariada utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson (χ2) para associar as variáveis qualitativas, considerando-se associação ao nível de p<0,20 e para explicar o efeito conjunto das variáveis sobre a classificação Morisky utilizou-se a Regressão Logística Múltipla (RLM), com critério de significância de p< 0,05. Os resultados mostraram baixa prevalência da adesão, correspondendo a 35,5%. Quanto aos fatores associados, o estudo mostrou que a maior chance de adesão foi: ser do sexo masculino, ter 62 anos ou mais de idade, ter pressão arterial controlada e assiduidade às consultas. Consumir álcool e apresentar reações adversas estão associados a menor chance de adesão. Conclui-se, então, que apesar da maioria dos participantes apresentarem pressão arterial controlada, houve baixa prevalência na adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo, o que requer ações de controle, a fim de qualificar a atenção ao hipertenso, de modo a promover sua adesão e redução de agravos associados à HAS.