O câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, que é o terceiro país com maior número de câncer bucal. No Piauí, essa prevalência representa em torno de 5% dos tipos de câncer. Embora existam políticas de enfrentamento para esse agravo, ele segue sem melhora nos indicadores epidemiológicos. É indiscutível o impacto do câncer bucal na vida das pessoas, seu aspecto simbólico e social e a complexidade de ações exigidas de forma integral. O objetivo da pesquisa é compreender o itinerário terapêutico de pessoas com lesão ou suspeita de câncer bucal a partir do atravessamento de suas emoções, sentimentos e reações. Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo norteado pelo paradigma interpretativo, sustentado no referencial teórico da hermenêutica de Hans-Georg Gadamer associada às contribuições de Paul Ricoeur. Realizamos entrevistas com doze pessoas na região de saúde da Planície Litorânea, região norte do Piauí. Concluímos que existe pouco conhecimento da doença pelas pessoas acometidas e pelos profissionais de saúde; fragmentação nas RAS; desarticulação na implementação das políticas públicas de saúde para enfrentamento dessa doença. Logo é indispensável investir na organização das RAS, incluindo a rede oncológica, no processo de educação permanente de profissionais, bem como no desenvolvimento de estratégias de acolhimento e educação em saúde junto à população.