INTRODUÇÃO: a temática do cuidado à saúde do adolescente é central na discussão realizada, somada à reflexão produzida sobre o acesso aos cuidados na Atenção Básica à Saúde. As concepções de adolescência/adolescente e cuidado são situadas como desafios teórico-práticos no campo da saúde, representados em suas complexidades e pluralidades de sentidos e significações. OBJETIVO: analisar as experiências de cuidado à saúde do adolescente no município de Campinas do Piauí. MÉTODO: pesquisa qualitativa, desenvolvida em duas dimensões, uma por meio da metodologia de história de vida, a outra consistiu na elaboração de uma revisão integrativa; foi realizada no município de Campinas do Piauí, Piauí. Os participantes foram nove adolescentes de realidades socioculturais diversificadas; a análise dos dados foi desenvolvida por meio da hermenêutica de Ricoeur. Com relação à revisão integrativa, foi utilizada a base de dados Biblioteca Virtual de Saúde para subsidiar a busca pelos estudos incluídos. RESULTADOS: a partir das narrativas dos adolescentes, três unidades de significado foram reconhecidas: o “ser-adolescente”, concepções de saúde e cuidado e, também, redes de cuidado. Foram reconhecidos vários aspectos que constroem a identidade do adolescente no município e marcam as transformações inerentes a essa fase, entre elas, a felicidade. Os adolescentes desenvolveram um olhar crítico direcionado às situações de saúde, todavia lançaram proposições sob a perspectiva do cuidado em rede, que podem contribuir para a consolidação de uma atenção integral à saúde dos adolescentes no município. Na revisão integrativa os achados evidenciaram fragilidades na atenção à saúde do adolescente, com ações que não refletem as suas necessidades e a infraestrutura dos serviços da atenção básica que não favorece o acesso à saúde ao adolescente. CONSIDERAÇÕES: o adolescente reclama a integralidade no cuidado, com maior consideração, visibilidade e o seu reconhecimento como sujeito singular. Suas histórias de vida contribuem com a noção de que o cuidado se materializa em práticas cotidianas, relacionais, formais e não-formais, institucionalizadas ou não, a depender das singularidades de cada sujeito.