O câncer é uma multiplicação desordenada de células atípicas. É o principal problema
de saúde pública no mundo, sendo a segunda maior causa de morte no Brasil.
Anualmente é diagnosticada cerca de 6,4 milhões de casos no mundo, onde 10%
correspondem ao câncer bucal. O Brasil o terceiro pais com maior número desse tipo
de câncer. Embora, existam políticas de enfrentamento para esse problema, ele segue
sem melhora nos indicadores epidemiológicos. Acredita-se que isso se deva a fatores
relativos aos pacientes (contexto sociocultural e econômico, saberes populares) e
profissionais (diagnóstico tardio), além da ausência de políticas públicas específicas
voltadas aos fatores de risco. JUSTIFICATIVA: É indiscutível o impacto do câncer
bucal na vida das pessoas, o seu aspecto simbólico e social e a complexidade de
ações exigidas durante os seus itinerários desde a percepção de lesões suspeitas até
a condução do tratamento de forma continuada. Diante de toda problemática,
acreditando no potencial de estudos com esse constructo abordado a partir da
percepção do indivíduo doente no seu itinerário terapêutico, levantamos as perguntas:
Como as pessoas com lesão ou suspeita de câncer bucal se sentem nesse Itinerário
Terapêutico? O que é bom e o que precisa melhorar nesse percurso? OBJETIVO:
Conhecer o itinerário terapêutico de pessoas com lesão ou suspeita de câncer bucal
a partir do atravessamento de suas emoções, sentimentos e reações. MÉTODO:
Trata-se de um estudo de delineamento qualitativo norteado pelo paradigma
interpretativo, orientado pelo referencial teórico-metodológico da hermenêutica de
Paul Ricouer inspirado no pensamento de Hans-Georg Gadamer. O estudo
acontecerá na Planície Litorânea. Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com
pessoas com lesão ou suspeita de câncer bucal ou familiar/cuidador em caso de
identificação de óbito, presencial ou remotas, gravadas, com duração de 30 min. O
recrutamento dos participantes se dará por conveniência até que ocorra a saturação
teórica. Com respeito aos aspectos éticos e legais, a pesquisa cumprirá as
Resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Todos os
participantes receberão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este
estudo oferecerá riscos mínimos aos participantes, mas em caso de constrangimento
por resgatar sofrimentos, serão encaminhados ao serviço do NASF ou CRAS dos
municípios. O projeto será encaminhado para o Comitê de Ética da Universidade
Federal do Piauí, para apreciação e aprovação prévia à sua realização