Resumo:A puericultura consiste em um conjunto de regras e noções sobre a arte de cuidar fisiológica e higienicamente das crianças, visando a uma assistência individualizada. O objetivo geral foi avaliar o serviço de puericultura ofertado na APS. Estudo de caráter transversal, descritivo com abordagem quantitativa. Participaram 261 cuidadores das crianças menores de dois anos, os dados foram coletados de fevereiro a junho/2019 nas Unidades Básicas de Saúde, na cidade de Picos-PI, utilizando-se do Instrumento de Caracterização das Famílias e do Instrumento do PCATool-Brasil, versão criança. Os dados foram tabulados e organizados no Microsoft Excel 2016 e analisados utilizando o software Statistical Package for the Social Sciences-SPSS, versão 22. A pesquisa seguiu todos os preceitos éticos e bioéticos obedecendo à Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, com parecer nº 3.086.566. A maioria dos entrevistados foram mães (80,1%), na faixa etária de 25 a 59 anos (67,8%), do sexo feminino (91,2%), da raça parda (65,5%), com ensino médio (50,19%), católico (66,28%), do lar (40,6%), casado ou união estável (74,3%), e classe econômica DE, com média de R$ 768,00 (38,7%). Todos os entrevistados referiram existir um serviço de saúde que geralmente leva o seu filho, 99,6% referem que existe um serviço de saúde que conhece melhor seu filho e que seja mais responsável pelo atendimento da criança. Os atributos: Acesso de Primeiro Contato-Utilização, Coordenação-Integração de Cuidados e Integralidade-Serviços disponíveis pontuaram escores satisfatórios acima de 6,6, enquanto Acesso de Primeiro Contato-Acessibilidade escores insatisfatórios, abaixo de 6,6 e os demais atributos escores próximos da média. A longitudinalidade foi o atributo que se demonstrou com maior normalidade e na comparação de variáveis socioeconômicas com escore essencial e geral, tem-se como evidência estatística que existe diferença entre os grupos das classes econômicas (p = 0,008). As ESFs com escores mais elevados estão localizadas nas comunidades de melhores condições socioeconômicas, melhores condições de habitação, saneamento e educação. Pode-se concluir que os cuidadores das crianças menores de dois anos entendem a APS como porta de entrada do Serviço de Saúde, porém identificam barreiras no acesso. Os cuidadores referem que os profissionais realizam escuta, respondem de forma clara, disponibilizam tempo suficiente, deixando-os à vontade, porém se mantêm distante no que se refere a conhecer as famílias e suas dificuldades, sejam financeiras ou pessoais.