Introdução: A Hipomineralização Molar-Incisivo (MIH) é uma condição de origem sistêmica, caracterizada por defeitos qualitativos do esmalte dentário, que pode afetar os primeiros molares e incisivos permanentes. Sua etiologia não está completamente definida, estudos apontam que seja multifatorial. A prevalência mundial apresenta taxa entre 13,1% e 14,2%. Em Teresina, a prevalência de MIH é 18,4%. O diagnóstico precoce é importante para limitação dos danos e redução dos custos do tratamento, porém estudos realizados em diversos países demonstram dificuldades do cirurgião-dentista em diagnosticar corretamente a MIH. No Brasil há escassez de informações sobre o conhecimento e práticas clínicas dos cirurgiões-dentistas diante desta condição. Objetivo: Analisar o conhecimento e as condutas dos cirurgiões-dentistas da Estratégia Saúde da Família (ESF), da cidade de Teresina-PI, com relação a MIH. Método: Trata-se de estudo transversal. Um questionário eletrônico, adaptados de estudos anteriores, foi enviado a 220 cirurgiões-dentistas do quadro efetivo da Estratégia Saúde da Família do município de Teresina. O questionário investigou o perfil sociodemográfico dos participantes, conhecimento e condutas dos cirurgiões-dentistas sobre MIH incluindo questões sobre etiologia, prevalência, convivência clínica, características clínicas, tratamento e necessidade de treinamento adicional sobre MIH. Foi realizada análise descritiva dos dados com os valores apresentados em frequências absolutas e porcentagens. O teste Exato de Fisher foi realizado. Considerou-se valor de p< 0,05 como significante. Resultados: Obteve-se uma taxa de resposta de 79,1% (n=174). A maioria dos cirurgiões-dentistas estava familiarizados com o termo MIH (97,1%) e já haviam encontrado em sua prática clínica (77,6 %), porém desconheciam dados sobre etiologia, características clínicas, prevalência e tratamento adequado. Apenas 32,8% dos cirurgiões-dentistas relataram segurança para diagnosticar dentes com MIH. Conclusão: Os cirurgiões-dentistas apresentaram conhecimento limitado sobre MIH e relataram necessidade de treinamento clínico específico sobre esta condição para que possam realizar diagnóstico precoce e oferecer tratamento adequado a seus pacientes.