CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DIANTE DE SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA FAMILIAR À PESSOA IDOSA, EM TERESINA, PIAUÍ
Violência Doméstica. Maus-Tratos ao Idoso. Agentes Comunitários de Saúde.
A violência contra a pessoa idosa no âmbito familiar é um problema que se agrava e se estende nos dias atuais. É um fenômeno complexo por sua multiplicidade de causas e consequências. A Estratégia Saúde da Família possibilita não apenas a prevenção e identificação de casos, como também o seguimento e acompanhamento dos idosos vítimas, sendo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) o responsável pela articulação entre a comunidade e o serviço de saúde. Este é um estudo transversal, de abordagem quantitativa com o objetivo de investigar conhecimentos, atitudes e práticas dos ACS diante de situações de violência familiar à pessoa idosa, em Teresina, Piauí. A coleta de dados se deu com a aplicação de um questionário a 308 ACS selecionados de forma aleatória simples, onde foram levantadas as seguintes variáveis: idade, sexo, número da equipe da ESF, tempo de atuação, escolaridade e participação em treinamento, além das variáveis conhecimentos, atitudes e práticas dos ACS no que se refere à violência familiar contra os idosos. O questionário foi estruturado com base na escala de Likert e contou com 45 afirmações, distribuídas em 10 questões. Para cada resposta dos agentes foi atribuído um valor de 1 a 5, segundo o grau de concordância e o tipo de afirmação, cujo somatório ao final do questionário gerou um escore total para cada profissional. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí, sob o Processo Nº 1346100. Na pesquisa prevaleceu profissionais do sexo feminino (79,2%), da faixa de 37 a 45 anos (39,6%) e com ensino médio completo (59,1%). Verificou-se que o sexo, o tempo de serviço e o treinamento não influenciaram significativamente o resultado. Já quanto maior a idade pior o desempenho no questionário. Além disso, observou-se que a maior escolaridade e o conhecimento prévio do manual influenciaram positivamente e significativamente o desempenho destes profissionais. Concluiu-se que os conhecimentos desses profissionais são limitados, envolvendo questões básicas da violência familiar contra idosos, por vezes, insuficientes para a abordagem junto à população alvo, favorecendo atitudes inadequadas. Além disso, muitos profissionais discordaram das práticas recomendadas pelo Ministério da Saúde.