EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO PRÁTICA DIALÓGICA E EMANCIPATÓRIA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Educação em Saúde, Estratégia Saúde da Família, Educação Popular em Saúde.
Como prática social humana, a educação é um processo histórico, contínuo, que emerge da dialética entre homem, mundo, história e circunstâncias. A sua finalidade na área da saúde é promover patamares mais elevados de autonomia, de corresponsabilização por meio da reflexão crítica, para os sujeitos identificarem e intervirem sobre as questões de saúde e meio ambiente. O presente estudo tem como objetivos, primeiramente, analisar a Educação em Saúde como prática do processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família, sob a ótica de um referencial dialógico e emancipatório, a Educação Popular em Saúde; depois, descrever as práticas de Educação em Saúde realizadas pelos profissionais da ESF de Teresina e, por fim, discutir a articulação entre elas e o referencial supracitado. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, descritivo e exploratório realizado no município de Teresina em uma Unidade Básica de Saúde da Família, localizada na regional sul, selecionada aleatoriamente, sendo identificados médicos, enfermeiros, dentistas, agentes comunitários de saúde, auxiliares de enfermagem, técnicos em higiene dental da unidade, para participarem da pesquisa segundo critérios específicos de inclusão como o fato de o profissional ser da ESF há no mínimo um ano, ter atividades educativas no seu cronograma de atuação e de exclusão, estar afastado das funções de trabalho por período superior a trinta dias úteis. A técnica utilizada para a coleta de dados foi a pesquisa-ação por meio de círculos de cultura, realizados nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2016.Para os registros dessas atividades utilizou-se o diário de campo para anotação das sínteses no final de cada sessão. Esses registros ocorreram com o consentimento livre e esclarecido dos participantes, de acordo com a resolução 466/2012. A análise dos dados ocorreu através do método hermenêutico-dialético, que gerou as categorias: Educação em Saúde como momento de troca; percepção do profissional acerca do seu papel e do usuário na Educação em Saúde: dificuldades e possibilidades; prática educativa e seus caminhos; Educação Popular: diálogo e emancipação dos sujeitos. O estudo contribui para o fomento de discussões e problematizações entre os trabalhadores da ESF, suscitando a construção de uma prática educativa dialógica e emancipatória.