Os sinais e sintomas depressivos têm impacto sobre o humor ou sentimentos das pessoas afetadas. São descritos como sentimento de tristeza e de culpa, perda de interesse ou prazer, baixa autoestima, alterações no sono e na alimentação, dificuldade de concentração e sensação de cansaço. Os Agentes Comunitários de Saúde, por meio das visitas domiciliares, desenvolvem o trabalho de acompanhar todos os indivíduos e famílias de sua responsabilidade territorial, estabelecem vínculos, acolhem e dialogam, o que torna possível o conhecimento da realidade na qual estas pessoas estão inseridas, o que tem possibilitado a identificação precoce de diversos problemas. Objetiva-se nesse estudo analisar o conhecimento do Agente Comunitário de Saúde sobre a identificação de pessoas com sinais e sintomas depressivos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou o método da pesquisa-ação, na qual seguiu três fases: exploratória, desenvolvimento e conclusão. Foi desenvolvida em uma Unidade Básica de Saúde, no município de Teresina, Piauí, Brasil. Participaram do estudo quinze agentes comunitários de saúde, da referida unidade. Para a produção de dados, foram realizados seminários temáticos pautadas no Método Criativo Sensível, que consiste em dinâmicas de criatividade e sensibilidade, as falas foram gravadas e as produções artísticas fotografadas. Ao final de cada seminário temático houve uma devolutiva de saberes formais aos participantes, através do desenvolvimento de atividades educativas. Após transcrição dos dados foi realizado o mapeamento e agrupamento destes, e em seguida a análise, interpretação, argumentação e discussão dos dados em categorias temáticas. A pesquisa-ação se finalizou com divulgação interna e externa dos resultados.Evidenciou que o agente comunitário de saúde identifica os sinais e sintomas depressivos pelas características expressadas, principalmente isolamento, perda de interesse por atividades antes realizadas com prazer, tristeza, choro e solidão. Os limites apontados por estes profissionais foram: o acesso aos usuários; o estigma e preconceito com a depressão e sua sintomatologia; além da deficiência no conhecimento sobre essa problemática. Quanto as possibilidades expressadas o estudo apontou o acesso à informação sobre a temática pela mídia; o diálogo/conversa estabelecido por meio do contato entre usuário e profissional; e o acesso a rede de apoio, seja por meio da família ou pelos colegas profissionais. Após aplicação da pesquisa-ação observou-se sensibilidade quanto a temática, em especial, na identificação de usuários com sinais e sintomas depressivos. Acredita-se que essa sensibilidade esteja relacionada a ação inserida no processo de investigação do estudo, que concerniu em miniexposições sobre a temática ao fim de cada seminário. Assim, torna-se relevante que os gestores ofertem oportunidades de ações de educação permanente a essa categoria profissional, visto suas potencialidades e a fragilidade na formação e durante o exercício profissional.