A violência contra a mulher é um fenômeno complexo que tem raízes na desigualdade de gênero, apresentando repercussões na vida de quem a vivencia, sendo de grande importância a articulação dos serviços em rede a fim de viabilizar o processo de enfrentamento do fenômeno. Apesar dos números crescentes de violência, estudos referem que muitas mulheres procuram atendimento nos serviços de saúde para tratar de seus sintomas físicos, mas não relatam aos profissionais como eles foram desencadeados, omitindo a violência doméstica. Além disso, os estudos mostram que os profissionais parecem não ter capacitação suficiente para lidar com situações de violência, embora saibam da importância da escuta e do acolhimento. O objetivo deste estudo é avaliar a percepção dos profissionais médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Teresina sobre questões relacionadas à tolerância social de violência doméstica contra as mulheres. Será realizado estudo pesquisa quantitativa, não experimental, transversal, correlacional, com os profissionais que atual nas Unidades Básicas de Teresina (UBS) de Teresina. Os dados serão coletados no período de janeiro a fevereiro de 2019. A ferramenta utilizada para coleta de dados será um questionário baseada em perguntas pré-formuladas e adaptadas do Sistema de Indicadores de Percepção Social – SISP – do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, composta por 24 frases relacionadas à Tolerância à Violência Contra Mulher. Os dados serão transferidos para o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®, versão 20.0). As variáveis com valor de p<0,05 permanecerão no modelo final. A magnitude da associação será avaliada pela razão de prevalência não ajustada e ajustada (RP) e intervalos de confiança (IC 95%). O pressuposto é de que a adesão a alguns valores e ideias traduzam posturas mais ou menos tolerantes a este tipo de violência, promova a equidade de gênero e reduza os agravos.