O Parque Estadual Sítio Rangedor é uma Unidade de Conservação localizada na área urbana da cidade de São Luís, no estado do Maranhão, que tem como objetivo a preservação de ecossistemas naturais de relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando realização de pesquisas científicas e desenvolvimento de atividades ambientais, de recreação e de visitação. É uma área de recarga de aquíferos, além de atuar como refúgio para espécies da fauna e flora remanescentes do processo de urbanização. Nesse sentido, objetivou-se investigar a percepção ambiental dos visitantes dessa UC, avaliar o grau do conhecimento sobre a existência e importância das briófitas, afim de levantar dados que auxiliem na gestão da área. E ainda, compilar dados sobre as publicações com briófitas em UCs e catalogar, levantar as informações sobre ecologia e distribuição deste grupo de plantas existentes no PE- Sítio Rangedor. Para isto, foi realizada entrevista com o gestor da UC, objetivando conhecer sobre a gestão da área e realização de atividades de educação ambiental. Paralelamente, foi feita análise cienciométrica sobre briófitas em áreas protegidas. Dados sobre a percepção ambiental dos visitantes da UC foram coletados por meio da aplicação de formulário semiestruturado contendo 21 questões. Foram realizadas coletas do material botânico, seguindo metodologia usual para o grupo e análises de imagens realizadas no MapBiomas, onde constatou-se haver regeneração da vegetação na última década. O perfil dos visitantes da UC é composto principalmente pelo público feminino (53,5%), pessoas jovens (41%) e solteiras (52%), com elevado nível de escolaridade. Em relação à percepção dos entrevistados, 49% consideram a poluição como principal problema ambiental e o ser humano como a principal causa, além de colocá-lo como principal agente responsável em resolver esses problemas. No que diz respeito ao conhecimento sobre as briófitas, 79,5% dos visitantes associaram as briófitas como vegetal (planta ou musgo), apesar de desconhecerem a importância e seus usos. Com a cienciometria foram registrados 119 artigos publicados para diversos países entre os anos de 2010 a 2020. A Inglaterra é o país que mais publica sobre o tema e o Brasil ocupa nesse cenário segunda posição, seguido pela Suíça e Suécia. Foi possível observar que diversas áreas do Brasil já foram amostradas em relação a estudos com Briófitas em Unidades de Conservação. No entanto, algumas lacunas ainda são reconhecidas em regiões que permanecem insuficientemente amostrados e que precisam de maiores esforços de coleta. Na área, as atividades relacionadas à sensibilização ambiental são pontuais, ocorrendo apenas uma vez ao ano, no dia da árvore. Em relação a diversidade de briófitas na área, foram coletadas 16 espécies de Briófitas, 15 de musgos e uma de hepática. Dessas, duas espécies apresentaram distribuição rara (Microcalpe subsimplex (Hedw.) W.R. Buck e Weisiopsis bahiensis (Müll. Hal.) Broth.) e são endêmicas do Brasil. Além disso, W. bahiensis representa um novo registro para o Maranhão. Os aspectos ecológicos fornecidos por esse estudo trazem informações importantes para o entendimento da distribuição e ecologia de briófitas em uma área protegida localizada em zona urbana. Os padrões gerais encontrados refletem as condições de luminosidade, temperatura e umidade resultante da fragmentação da vegetação, consequente da pressão antrópica que a UC vem sofrendo ao longo dos anos. E ainda, este estudo preenche hiatos importantes sobre o conhecimento da percepção dos visitantes de UCs em relação às questões ambientais e a existência e importância das briófitas, dados estes que, irão auxiliar à gestão da área, especialmente no que tange a necessidade de maiores esforços relacionados a atividades de Educação Ambiental na área.