Atualmente a qualidade da água em áreas urbanas vem sendo prejudicada, constituindo um desafio manter seus padrões de qualidade. Dentro do cenário de degradação de mananciais urbanos, as atividades humanas são as principais responsáveis pelo processo de eutrofização, provocando respostas de organismos fitoplanctônicos, principalmente o aumento de cianobactérias, que podem formar florações e produzir toxinas prejudiciais à saúde humana. O objetivo deste trabalho foi analisar a segurança hídrica do rio Parnaíba para abastecimento público sob os aspectos biológicos e de percepção, para isso foram realizadas análises das variáveis físico-químicas e biológicas dos rios Poti e Parnaíba, investigando paralelamente a ocorrência de cianotoxinas do tipo microcistina e a percepção de gestores da área de saneamento sobre os aspectos relacionados à segurança hídrica do manancial. A presente pesquisa, mostrou que a sazonalidade é um fator determinante para a qualidade da água dos rios Poti e Parnaíba afetando espécies fitoplanctônicas, que foram distribuídas em cinco divisões, Bacillariophyta, Dinophyta, Cyanobacteria, Euglenophyta e Chlorophyta. Nos rios Poti e Parnaíba, as cianobactérias predominaram na estação seca e influenciaram na concentração de microcistina. No rio Poti, esta toxina está correlacionada diretamente com a densidade fitoplanctônica, fósforo total, temperatura, DBO5,20 e sólidos totais, e às espécies Microcystis sp. e Nostoc sp. no período seco. No rio Parnaíba a temperatura favoreceu a proliferação das espécies Thachelomona sp1 e Cymbela sp., que são influenciadas principalmente à variável DBO. De acordo com a Análise de Correlação Canônica (CCA), as cianobactérias influenciaram os altos valores de microcistina no ponto PA-6, em que está localizada a Estação de Tratamento de Água (ETA) da zona Norte de Teresina, fato que pode prejudicar a segurança hídrica de parte do manancial, gerando risco à a saúde da população e impactando em aumento dos custos no tratamento da água. As informações são de extrema importância, considerando a inexistência de monitoramento sobre as cianotoxinas nos rios Poti e Parnaíba, que poderão auxiliar a tomada de decisão dando suporte aos órgãos públicos na gestão dos recursos hídricos.