O desenvolvimento de uma nação exige conhecimentos e estratégias adequadas para o enfrentamento das diferenças inter-regionais e intrarregionais, permeadas por problemas complexos e diversos. Os alertas multidimensionais (sociais, econômicos, políticos e ambientais) em seus níveis, locais, regionais, nacionais e globais, indicam a existência de uma estrutura econômica e social relativamente rígida, conflituosa e desigual. Os dilemas regionais entre economia e meio ambiente, crescimento econômico e desigualdades, são alguns dos exemplos, que se revelam na base do desenvolvimento do capitalismo. Nesse aspecto, o modelo econômico brasileiro não é divergente e, em suas bases regionais, exige severas transformações, para além do assistencialismo e dos moldes tradicionais de políticas. A exemplo do Piauí, uma unidade da federação que, por hipótese, possui uma economia de baixa associação econômica intersetorial, geradoras de uma estrutura de efeitos reduzida sobre o emprego, a renda e o meio ambiente, comparativamente ao Restante do Brasil; revelando, espacialmente, desigualdade econômica estrutural. Assim, é que o problema desta pesquisa se consolidou como: quais os efeitos econômicos, sociais e ambientais na estrutura inter-regional da economia piauiense? Como fulcro resolutivo, o objetivo geral foi analisar a economia do Piauí em suas relações setoriais e de impactos da demanda final, sobre a renda, emprego e o meio ambiente e, sua associação espacial de renda. Especificamente, os objetivos foram: avaliar, para o Piauí (PI) e Restante do Brasil (RB), os multiplicadores de produção, renda, emprego, os índices de ligação setoriais e, os impactos setoriais em valor adicionado, emprego e meio ambiente; investigar, nesse mesmo enfoque, o trade-off entre renda, emprego e meio ambiente (consumo de água e emissão de CO2), a partir dos impactos da demanda final das famílias, governo e dos investimentos e; examinar os efeitos intermunicipais do emprego e renda e, do grau de associação econômica do Piauí. Para tanto, nos procedimentos metodológicos, utilizou-se uma matriz de insumo-produto inter-regional de 2011, mensurada por Haddad, Gonçalves Junior e Nascimento (2017); construi-se um modelo de regressão linear, por Mínimos Quadrados Ordinários, do Produto Interno Bruto (PIB) municipal em função do estoque de emprego, para o Brasil e Piauí, com dados de 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016a) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE, 2014), utilizando-se o software Gnu Regression Econometrics and Time-series Library (GRETL) e; fez-se uma Análise Exploratória de Dados Espaciais e cálculo da autocorrelação entre vizinhos através do I de Moran, com uso do software GeoDa e dados do PIB per capita para o ano de 2014, do IBGE (2016a). Os resultados do modelo matricial sugerem uma dissociação dos impactos econômicos e ambientais da demanda final direta e indiretamente incorporada nos fluxos econômicos associados à economia estatal; o modelo econométrico corrobora ao revelar baixo efeito do emprego sobre a renda e; o modelo espacial, comprova a baixa associação significativa entre as economia municipais do Piauí, exceto na região do agronegócio