Banca de QUALIFICAÇÃO: WALDILÉIA FERREIRA DE MELO BATISTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: WALDILÉIA FERREIRA DE MELO BATISTA
DATA: 26/09/2019
HORA: 15:00
LOCAL: Sala de Reunião TROPEN
TÍTULO: SABERES TRADICIONAIS, MUDANÇAS AMBIENTAIS E O EMPODERAMENTO FEMININO NO ENTORNO DO PARQUE NACIONAL DE SETE CIDADES/PI
PALAVRAS-CHAVES: Conservação da natureza. Etnobotânica. Gênero. Mudanças ambientais. Sustentabilidade.
PÁGINAS: 140
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

Diante do acelerado processo de desordenadas alterações do meio natural ao longo do tempo é indispensável o empoderamento das mulheres a partir do reconhecimento de seus saberes como contribuição fundamental na conservação da biodiversidade. Este estudo, por intermédio da abordagem etnobiológica, objetivou verificar os fatores que influenciam o empoderamento das mulheres campesinas das comunidades rurais (Vamos Vendo, Cigalha e Cachoeira) do entorno do Parque Nacional de Sete Cidades, a partir do levantamento da flora silvestre utilizada, bem como da análise das percepções ambientais ocorridas. A pesquisa foi desenvolvida entre os anos 2016 e 2019, com 47 informantes sendo 40 moradoras e sete guias que trabalham no PNSC.  O trabalho metodológico em campo foi realizado por meio das técnicas de Rapport, entrevistas semiestruturadas seccionada em quatro partes, contendo levantamento de informações socioeconômicas, culturais, ambientais e etnobiológicas. Utilizou-se ainda, lista livre, turnê-guiada, oficinas participativas e coletas botânicas, sendo o material coletado, identificado e incorporado ao Herbário Graziela Barroso (TEPB) da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Todas as informações foram submetidas à análise qualitativa e quantitativa com o uso de estatística descritiva, dados oficiais de precipitação e temperatura, aplicação de índices de diversidade e análises dos dados referentes à percepção ambiental. Constatou-se que, as mulheres das comunidades rurais estudadas vivem em condições socioeconômicas e ambientais precárias.  No entanto, apesar da ausência de estruturas que viabilizam o empoderamento, elas desenvolvem um número expressivo de práticas e estratégias com base em saberes tradicionais que demonstram um empoderamento individual e coletivo. Os saberes referentes às plantas estão centrados nas mulheres com maior tempo de moradia nas comunidades e nas mais idosas. Das plantas levantadas pelas moradoras e guias, identificou-se 70 espécies, pertencentes a 26 famílias, distribuídas em sete categorias de uso.  A família Fabaceae foi a mais representativa em número de espécies. As espécies que apresentaram maiores frequências foram a Ameixa (Ximenia americana L.) e o Caju (Anacardium occidentale L.). As de maiores ranques foram as espécies Sucupira (Bowdichia virgilioides) e Jenipapo (Genipa americana). Verificou-se um índice de similaridade elevado (SJ=0,67) entre os dois grupos. Entre as moradoras foram levantadas 64 espécies, pertencentes a 24 famílias em três domínios culturais: saúde, nutricional e madeireira. Para os três domínios verificaram-se a existência de consenso cultural e baixa similaridade entre as espécies citadas. As percepções das mulheres sobre alterações no clima apontam para um alinhamento com as informações oficiais, com resultados significativos em tendências climáticas locais. O etnoconhecimento das mulheres sobre a vegetação silvestre e seus saberes ambientais reafirma sua importância no meio rural e na elaboração de políticas públicas destinadas à conservação da biodiversidade a partir do empoderamento feminino.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDSON VICENTE DA SILVA - UFC
Interno - 302.181.523-53 - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Externo à Instituição - IRACILDE MARIA DE MOURA FE LIMA - UFPI
Interno - 423289 - JOAO BATISTA LOPES
Externo à Instituição - JOSÉ RODRIGUES DE ALMEIDA NETO - NENHUMA
Externo à Instituição - LUCIANO SILVA FIGUEIREDO - UESPI
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS