Essa pesquisa tematiza as percepções dos atores sociais comunidades residentes, Estado e pessoas físicas e jurídicas requerentes de pesquisa e lavra de mineração no perímetro e áreas circundantes do corredor ecológico Serra da Capivara- Serra das Confusões. Essa modalidade de unidade de conservação, pioneira quanto ao a esse formato no Brasil foi instituída por meio da portaria nº 76 do Ministério do Meio Ambiente, sendo destinada para o trânsito fito genético de espécies da caatinga e cerrado entre os parques nacionais Serra da Capivara e Serra das Confusões. Abrangendo 10 (dez) municípios do território de desenvolvimento Serra da Capivara, esse espaço que já teve ocupação marcante de maniçobeiros, tem o histórico de ocupação prévia a instalação do corredor de assentados da reforma agrária; pessoas despejadas pela criação de unidades de conservação e empreendimentos fruticultores, assim como se observa um tratamento dúbio por parte do Estado, que tem a missão constitucional de proteção do patrimônio socioambiental, assim como tem se posicionado como indutor do desenvolvimento econômico na região. A relação entre os atores supramencionados recebe mais um elemento problematizador com o inicio das pesquisas de potencial mineral e requerimentos de exploração em áreas com presumível vedação a essa modalidade de extrativismo. Objetivou-se descrever e analisar as percepções e significados que esses atores sociais atribuem ao patrimônio socioambiental do corredor ecológico Capivara – Confusões, destacando os interesses, usos, interações e conflitos entre os sujeitos no território do corredor ecológico, explicitando a chegada, significado e potenciais impactos da mineração. A hipótese inicial é que as autorizações de pesquisa e de lavra minerária no interior e nos arredores do corredor ecológico pode ensejar possível colisão de cosmovisões e percepções de risco dissonantes entre os atores sociais acerca da territorialidade e patrimônio socioambiental do corredor ecológico com a chegada do elemento exógeno mineração, o que poderia redundar em um conflito declarado conforme as consequências da exploração econômica se exacerbar na unidade de conservação e no entorno dela, afetando negativamente a vida das comunidades residentes.