As representações sociais partilhadas por professores de matemática acerca dos alunos das escolas públicas e privadas do ensino médio.
Escola, Violência simbólica, Representações Sociais.
A pesquisa analisou as representações sociais que os professores de
matemática compartilham sobre os estudantes das escolas públicas e privadas do ensino
médio de Teresina. O objeto de estudo, portanto, foram as representações partilhadas
pelos professores acerca dos alunos das escolas públicas e privadas de Teresina. A
metodologia aplicada foi predominantemente qualitativa, obedeceu às pressuposições da
dupla ruptura epistemológica, utilizou a observação não participante e entrevistas semi-
estruturadas para analisar os conteúdos dessas representações sociais. Assim, a nossa
problemática assentou-se na seguinte questão: quais representações sociais, os
professores de matemática do ensino médio produzem sobre alunos das redes pública e
privada de Teresina? A pergunta foi formulada porque temos como pressuposto central
a ideia que a violência simbólica produzida pelos professores em suas representações
sobre os alunos pode ser um dos múltiplos fatores para aumentar o risco de abandono,
nas escolas públicas de Teresina. O ensino médio foi escolhido porque é o nível de
ensino com maiores problemas de fracasso escolar no país. A disciplina matemática
tornou-se adequada para nossa investigação por três motivos: monopoliza o maior
número de horas-aulas no ensino básico, possui uma representação social de ser uma
disciplina de difícil aprendizagem e constitui-se de um conteúdo basilar para a formação
do raciocínio lógico. Os autores que fundamentaram nossa proposta foram Bourdieu e
Moscovicci com as categorias de habitus e representações sociais. Partimos da
pressuposição teórica que os professores constroem representações sobre os alunos em
práticas cotidianas e isto, por sua vez, produz uma violência simbólica. Essa violência
simbólica demonstrou ser uma das determinações que contribuem para a produção do
fracasso escolar.