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Banca de QUALIFICAÇÃO: KAELIO FRANCISCO LUZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KAELIO FRANCISCO LUZ
DATA: 23/03/2023
HORA: 09:00
LOCAL: AMBIENTE VIRTUAL
TÍTULO: RACISMOS, SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL E INJUSTIÇAS AMBIENTAIS: uma análise sobre espacialidades racializadas do Município de Picos (PI)
PALAVRAS-CHAVES: Justiça ambiental; População negra; Racismo ambiental; Riscos socioambientais.
PÁGINAS: 110
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO:

Esta dissertação de mestrado foca nos fenômenos das injustiças ambientais e da segregação socioespacial na produção do espaço urbano de Picos, cidade localizada no centro-sul do Piauí e considerada de comando regional, sendo referência para cidades circunvizinhas. Partindo-se, desse contexto, através da expansão urbana desordenada, combinada com as características geológicas e geomorfológicas do município, houve a diferenciação socioespacial e paisagística, ao evidenciar-se pelo direcionamento das populações negras para os territórios pobres, estigmatizados e com acentuada exposição a danos, riscos e vulnerabilidades socioambientais. O objetivo desse estudo visa analisar as espacialidades racializadas do município (onde há o maior percentual de residentes negros) e os racismos que (re) produzem estereótipos culturais e produzem uma hierarquia urbana que englobam as injustiças ambientais e a segregação socioambiental aos grupos éticos-raciais mais vulnerabilizados, potencializando com que as decisões do Poder Público ou interesse das classes sociais mais abastadas financeiramente, por ação ou omissão, ensejem em formas de racismo ambiental. A metodologia parte de um viés qualitativo e busca respostas muito particulares das realidades em estudo apreendidas pelas subjetividades que desnudam os fenômenos em análise e buscam vislumbrar novas possibilidades de transformação das condições sociais de vida da população negra, em face as injustiças que os acometem de modo desigual. Os instrumentos foram variados para apreensão de diversos dados qualitativos e quantitativos e, partiram, inicialmente de uma pesquisa teórica e documental, incluindo dados do censo IBGE 2010 e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), além do uso do diário de campo e da oralidade presente nas conversas e diálogos com os que convivem com a realidade social em estudo. Tudo isto, serviu de base para captação visual por meio de fotografias e imagens, assim como o uso da cartografia, para consequente leitura sociológica dos fatos e fenômenos sociais da realidade investigada. Como resultado, o estudo mostrou que os grupos étnico-raciais mais vulneráveis, ao longo da produção do espaço urbano picoense, foram segregados para áreas em que as injustiças ambientais se tornaram estruturais, como enchentes, movimentos de massa com rolamento de blocos, deslizamentos de terra e precarização da infraestrutura urbana básica como serviços públicos essenciais e saneamento básico, dificultando a essa população possibilidade de mobilidade social e relegando-os a um “lugar” dentro do território marcado por injustiças socioambientais. Tal enfoque, sugere ser preciso considerar o território sob uma perspetiva racial, de cor, renda e classe como aspectos fundamentais para que se compreenda a diferenciação socioespacial e a exposição às injustiças ambientais, de modo que o Poder Público e os agentes sociais superem as desigualdades nas condições sociais de vida da população negra do município, entendidas como dimensão do racismo estrutural brasileiro.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1628577 - FRANCISCO MESQUITA DE OLIVEIRA
Presidente - 2174595 - LILA CRISTINA XAVIER LUZ
Externo à Instituição - MARIA DOS REMÉDIOS BESERRA - IESRSA
Notícia cadastrada em: 10/03/2023 11:11
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