O entendimento sobre as características pedogenéticas dos solos é grande importância para se torne possível indicar o manejo menos impactante para cada um. Dito isto, o objetivo deste trabalho foi caracterizar atributos morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos de solos formados em cerrado de clima tropical com estação seca de inverno. Para isso, foram utilizados cinco perfis localizados no sul do Estado do Piauí e que foram numerados de P1 a P5 seguindo a seguinte ordem: NEOSSOLO FLÚVICO (RY), LATOSSOLO AMARELO (LA), NEOSSOLO LITÓLICO (RL), NEOSSOLO QUARTZARÊNICO (RQ) e LUVISSOLO CRÔMICO (TC). Eles foram submetidos à descrição morfológica e a amostragem em seus horizontes. Nestas amostras, foram caracterizadas a granulometria, argila dispersa em água (ADA), grau de floculação da argila (GF), pH, teores de Ca, Mg, K, P e matéria orgânica. Foram observados também a acidez trocável (Al3+) e a acidez potencial (H+Al). Com base nos resultados das análises químicas, foi calculada a soma de bases (SB), a capacidade de troca catiônica (CTC), a saturação por bases (V) e a saturação por alumínio (m). Foram caracterizados os teores totais de óxidos de Si, Fe, Al e Ti pelo método do ataque sulfúrico. Estes dados foram utilizados para o cálculo dos índices de intemperismo Ki e Kr. As formas de ferro livre (Fed) foram extraídas com ditionito-citrato-bicarbonato de sódio, e o ferro mal cristalizado (Feo) foi extraído com o oxalato ácido de amônio. A terra fina seca ao ar de amostras retiradas de horizontes superficiais e subsuperficiais (exceto RL pela ausência de horizonte subsuperficial) foi analisada por difratometria de raios X (DRX). Os perfis amostrados apresentaram características compatíveis com as observações descritas no sistema brasileiro de classificação de solos vigente no Brasil. Dentre eles, o P1 foi o que apresentou maior heterogeneidade ao longo do perfil. O que era de se esperar, pois esta classe de solo é formada por influência de sedimentos de diferentes origens e diferentes épocas. Os solos dessa região apresentaram-se com elevados teores de areia e com pH ácido e baixo V%, que é um reflexo direto da influência do arenito na formação destes solos. Com os difratogramas, foi possível observar a presença de bentonita, caulinita, gibbsita, goethita, hematita, quartzo e rutilo. Conclui-se que é possível traçar um padrão entre os solos dessa região que é, principalmente, em resposta ao elevado teor de areia e a provável maior ocorrência de minerais 2:1 do grupo da bentonita.