ANÁLISE MOLECULAR DE DIFERENTES REGIÕES GENÔMICAS DOS Dengue virus CIRCULANTES NO ESTADO DO PIAUÍ
Dengue virus, variantes genéticas, Flavivirus
Os quatros sorotipos do Dengue virus (DENV 1-4) são genética e imunogenicamente distintos. O genoma viral é um RNA de fita simples, que produz três proteínas estruturais (C, prM e E) e sete não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5). A proteína de envelope (E) interage diretamente com o sistema imune do hospedeiro, por esta razão o gene E possui a mais alta taxa de mutação entre os Flavivirus,condicionando o surgimento de variantes genéticas intra-sorotipo, cuja circulação, pode estar relacionada ao surgimento de formas graves da doença. O gene NS5 que codifica a RNA polimerase dependente de RNA, é uma região conservada entre os Flavivirus. O monitoramento da introdução e circulação do vírus e suas variantes permite a previsão de epidemias e auxilia no estabelecimento de medidas de controle. O RNA viral de amostras cedidas pelo LACEN-PI foi extraído conforme o protocolo do fabricante e serviu como molde para reação de RT-PCR. Na transcrição reversa foram utilizados iniciadores aleatórios e na amplificação dos produtos, iniciadores específicos para o gene E, desenvolvidos por colaboradores; para a região C/prM conforme Lanciotti, 1992; e para o gene NS5 de acordo com Chao, 2007. Os sorotipos foram identificados conforme o tamanho padrão de bandas obtido a partir da eletroforese em gel de agarose. Para análise posterior os produtos poderão ser purificados e sequenciados, as sequências obtidas poderão ser alinhadas e comparadas quanto ao grau de identidade entre os isolados e sequências depositadas no GenBank. A partir das análises serão identificados os sorotipos circulantes no Estado, permitindo o monitoramento da inserção e propagação do vírus. Os iniciadores aleatórios são capazes de ligar-se a qualquer mRNA e amplificar, a transcrição de todo o RNA viral nos permitirá analisar diversas regiões a partir da transcrição reversa. A amplificação utilizando iniciadores específicos para o gene E nos permitirá uma detecção das variantes circulantes. A seleção natural exerce alta influência sobre a proteína E, as constantes mudanças evolutivas fazem surgir novas variantes, portanto essa é a região que melhor reflete a dinâmica evolutiva do DENV. O gene NS5 nos permitirá monitorar a inserção de outros Flavivirus de importância médica. A caracterização das variantes genotípicas poderá ser produzida a partir de análises filogenéticas. Estudos de monitoramento da inserção e circulação viral, bem como a caracterização molecular genotípica do vírus são de fundamental importância, sobretudo em regiões endêmicas como o Estado do Piauí, essas medidas auxiliam na identificação viral e na prevenção de epidemias.