INTRODUÇÃO: A cicatrização de feridas é um processo de eventos celulares, imunológicos, fisiológicos e bioquímicos complexos com vistas à recuperação da função e da anatomia do tecido. Muitas plantas com ação medicinal são manuseadas para o tratamento de diferentes enfermidades, dentre elas, a cicatrização de feridas. A epiisopiloturina (EPI) é um alcaloide presente nas folhas do jaborandi, apresenta promissores efeitos anti-inflamatório e antinociceptivo. OBJETIVO: Avaliar o potencial biotecnológico e terapêutico de um hidrogel incorporado a EPI em um novo modelo experimental para tratamento de feridas cutâneas. METODOLOGIA: Os animais utilizados foram ratos (Rattus Norvegicus, Wistar) de acordo com técnicas experimentais de incisão cirúrgica na pele. Os animais foram divididos em 6 grupos: grupo controle negativo (n = 7) que não recebeu tratamento; grupo controle positivo (n = 7), que recebeu tratamento de um hidrogel padrão (Indometacina 20mg); grupo neutro (n = 7), que recebeu tratamento placebo; grupo EPI 1 (n = 7), que recebeu tratamento do hidrogel com 0,0125 g (0,025%) de EPI, grupo EPI 2 (n = 7), que recebeutratamento do hidrogel com 0,125 g (0,25%) de EPI e grupo EPI 3 (n = 7), que recebeu tratamento do hidrogel com 1,25 g (2,5%) de EPI. Os grupos receberam tratamento diário, no período de 8 dias. Para o procedimento cirúrgico os animais foram anestesiados com cloridrato de xilazina 2% (15mg/Kg) associado ao cloridrato de cetamina 10% (35mg/Kg), por via intramuscular (HALL; CLARKE, 1991). Após a anestesia, foi realizada a tricotomia da região dorsal por tração manual e assepsia com iodopovidona 1%, seguido de álcool etílico a 70%. Foi demarcada uma ferida excisional circular (área de 1,0 cm2) na superfície dorsal dos animais com auxílio de um punch cirúrgico para biópsia de pele, atingindo a região dermo-epidérmica. Ao final dos procedimentos cirúrgicos, os animais receberam por via subcutânea 1 mL de solução salina estéril 0,9% para reposição fluídica e foram mantidos em ambiente aquecido até a completa recuperação da anestesia (CARDOSO et al., 2007). As fotos foram tiradas todos os dias para avaliar a evolução da cicatrização de feridas. As alterações teciduais e a resposta cicatricial foram avaliados conforme os parâmetros macroscópicos (sinais flogísticos, avaliação planimétricas, avaliação fase proliferativa), histopatológicos e atividade dos mediadores inflamatórios (MPO, MDA, GSH). Para a confecção dos hidrogéis, foi colocado em uma chapa aquecedora com agitação magnética, 1 g de Carbopol 940 diluído em 50 mL de água destilada, sobre agitação constante e temperatura controlada a 80 °C. Ainda sob agitação constante, após a mistura apresentar-se homogênea e transparente, massas de epiisopiloturina nos valores de 1,25 g (2,5%), 0,125 g (0,25%) e 0,0125 g (0,025%) foram adicionadas separadamente à cada um dos hidrogéis formados. Os hidrogéis foram deixados sob agitação constante por 01 hora, a fim de que o alcaloide seja completamente solubilizado (WANG et al., 2022). A atividade bacteriana dos hidrogéis foi realizada através do método de difusão em ágar de acordo com a CLSI (2012). RESULTADOS: Os parâmetros macroscópicos (Índice de contração da ferida, Evolução da Borda e crosta foi favorável para os grupos EPI1 e EPI 2, quando comparado com os outros grupos. As dosagens de GSH apresentou diferença significativa do grupo EPI1 em relação ao grupo INDO. Os aspecitos físico-quimicos dos hidrogeis demostraram resultados favoráveis no PH, espalhabilidad e condutividade eletrica).