DESENVOLVIMENTO DE NANOPARTÍCULAS (NPs) POLIMÉRICAS PARA PERMEAÇÃO CUTÂNEA DE DROGA ANTI-INFLAMATÓRIA POR LIBERAÇÃO PASSIVA E IONTOFORÉTICA.
nanopartículas, droga anti-inflamatória, permeação cutânea e iontoforese.
A tecnologia farmacêutica tem despertado para sistemas diferenciados na vetorização de fármacos. Nesse sentido, os sistemas poliméricos têm recebido a devida atenção por suas características como abundância, biodegrabilidade, biocompatibilidade e não toxicidade. A Goma do cajueiro (GC) é um polissacarídeo extraído de uma fonte de baixo custo, facilmente disponível e destaca-se com potencial aplicação em dispositivos nanobiomédicos. A maioria das gomas, entretanto, necessita de altas concentrações para fins terapêuticos e entrega famacológica. Assim, algumas podem ser modificadas para alterar as suas propriedades físico-químicas inclusive para a obtenção de derivados anfifílicos e posterior formação de nanopartículas (NPs) auto-estruturadas. Estes sistemas coloidais têm potencial associação a fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs), como o diclofenaco, objetivando a redução dos efeitos colaterais. O desenvolvimento de formulações tópicas constituídas dessas NPs é uma estratégia interessante com menores implicações. Entretanto a absorção farmacológica por via cutânea ainda é bastante inferior comparada a outras vias. A Iontoforese, uma técnica não invasiva, baseada na aplicação de uma corrente elétrica de baixa intensidade, pode elevar significativamente a biodisponibilidade da droga permeada, portanto o objetivo do trabalho é desenvolver Nanopartículas Poliméricas a base de Goma do Cajueiro Acetilada (NPs GCA) para aplicação em sistemas de liberação controlada do Diclofenaco Dietilamônio (DDA) utilizando a Iontoforese como ferramenta de otimização da penetração. A síntese de NPs GCA será realizada pelos métodos de nanoprecipitação e diálise utilizando a acetona como solvente. Será analisada a influência da velocidade de rotação no tamanho e distribuição das NPs sintetizadas por nanoprecipitação. As NPs carregadas com DDA (NPs GCA-DDA) serão obtidas por incorporação da droga no momento da síntese, nas proporções polímero/fármaco de 10:1; 10:2 e 10:5. Todas as NPs serão caracterizadas por Espectroscopia do Infra-Vermelho (IV); Espectroscopia de UV-vis; Espalhamento Dinâmico de Luz; Potencial Zeta e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Para a determinação da quantidade experimental de droga incorporada (DI%) e eficiência de incorporação (EI%) será utilizado o UV-vis e a curva de calibração do DDA em água e etanol com coeficiente de correlação (r) igual a 0,99. Para a liberação do DDA uma massa determinada de NP GCA-DDA será colocada no interior de membranas de acetato celulose e colocadas em meio composto por solução tampão fosfato pH 7,4 a uma temperatura de 37ºC,por meio de um banho de água termostatizado. Os dados serão tratados pelo modelo de Korsmeyer-Peppas para compreensão do mecanismo de liberação. A permeação cutânea será realizada em célula de difusão vertical tipo Franz e será empregada pele de orelha de suíno com meio receptor preenchido com solução tampão fosfato pH 7,4. Para medir os efeitos da iontoforese na permeação do fármaco o cátodo será imerso na solução do compartimento doador que contém as NPs carregadas com o DDA e o ânodo no compartimento receptor com solução tampão fosfato. O potencial genotóxico e citotóxico será avaliado através do teste de Allium cepa e o teste de viabilidade celular será realizado através da cultura de linhagens celular de Carcinoma Epidermóide Oral Humano.