Introdução: A inflamação é um fenômeno multimediado envolvido em muitas doenças complexas. A busca por anti-inflamatórios é constantes devido aos diversos efeitos colaterais dos medicamentos usados atualmente. Os polissacarídeos de fontes naturais estão figurando como potenciais fontes de fármacos anti-inflamatórios, e entre esses está a fração polissacarídica do arbusto Morinda citrifolia (Noni). Objetivo: O presente trabalho tem como objetivos extrair, caracterizar e avaliar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva da fração polissacarídica sulfatada extraída da planta Morinda citrifolia através de modelos farmacológicos clássicos de inflamação aguda e nocicepção em camundongos. Métodos: Os frutos do Noni serão coletados e o teor polissacarídico destes será extraído e caracterizado através de técnicas de Cromatografia em gel de alta performance por exclusão de tamanho, Espectroscopia por infravermelho e Ressonância magnética nuclear. Para os estudos farmacológicos serão usados camundongos swiss (20-25 g), sendo divididos em grupo de 6 animais. Os animais inicialmente serão tratados com o polissacarídeo sulfatado de M. citrifolia nas doses de 0,1; 1,0 ou 10 mg/kg e passarão por edema de carragenina para assim ser escolhida a melhor dose com efeito anti-inflamatório que será usada nos demais testes. Segmentos da região sub-plantar dos animais serão usados na avaliação da atividade da enzima mieloperoxidase e histologia da lesão inflamatória microscópica. Os animais passarão também por edema de pata com diferentes agentes inflamatórios, teste de formalina e de contorções abdominais. Será induzida também peritonite nos animais e o líquido peritoneal será avaliado quanto à migração de leucócitos, níveis de Malondialdeído, Glutationa, TNF-α, IL-1β e Nitrato e Nitrito. Resultados parciais: O tratamento dos animais com o polissacarídeo sulfatado de M. citrifolia na dose de 10 mg/kg apresentou um padrão satisfatório e significativo estatisticamente de redução do edema de pata induzido por carragenina, bem como dos agentes inflamógenos dextrana, histamina, bradicinina e serotonina. Além disso, o polissacarídeo em questão, apresentou capacidade de reduzir de maneira relevante os níveis de MPO no tecido da pata inflamado e também de Migração de leucócitos e GSH no fluído peritoneal de animais que passaram por peritonite. O PLS do noni também mostrou efeito antinociceptivo através dos testes de contorções abdominais e na segunda fase do teste da formalina. Conclusões e Perpectivas: Os resultados já alcançados permitem inferir que o polissacarídeo de Morinda citrifolia possui efeito anti-inflamatório e antinociceptivo em camundongos quando usado na dose de 10mg/kg, comprovados através de modelos experimentais de inflamação e nocicepção. Ainda serão realizados testes quanto à caracterização do polissacarídeo do noni e avaliação dos níveis de GSH, TNF-α, IL-1β e nitrato/nitrito em fluido peritoneal, e de microscopia histológica de tecidos da pata inflamado.