Os antibacterianos abriram novas possibilidades de defesa contra infecções bacterianas que historicamente afetaram a saúde humana. No entanto, as adaptações evolutivas das bactérias e o uso indiscriminado desses medicamentos, resultaram no surgimento de cepas bacterianas resistentes. Diante desse cenário, os peptídeos antimicrobianos (PAMs) despontam como uma promissora alternativa, possuindo atividade de amplo espectro que poderia renovar o arsenal antibacteriano. Os estudos in silico têm ganhado destaque por permitir a manipulação e otimização dessas moléculas de forma eficiente, aprimorando suas propriedades e reduzindo significativamente os custos e o tempo de pesquisa. O Lunatusin é um peptídeo de 20 resíduos de aminoácidos extraído das sementes de Phaseolus lunatus, conhecido como feijão-lima. Esse peptídeo demonstra atividade antimicrobiana eficaz contra fungos e bactérias como Botrytis cinerea e Mycobacterium phlei. Diante disso, esse trabalho visou utilizar ferramentas computacionais para construir moléculas análogas ao Lunatusin, com o objetivo de aprimorar sua ação antibacteriana. Ao todo, duas moléculas, Lunatusin-Analog 1 (LA1) e Lunatusin-Analog 2 (LA2), foram desenvolvidas. LA1 e LA2 apresentaram uma carga líquida de +4, momento hidrofóbico de 0,615 e 0,756, respectivamente, e hidrofobicidade de 0,398 e 0,470, respectivamente. Além disso, sequência de aminoácidos de LA1 e LA2 demonstrou probabilidade de atividade antibacteriana mais alta (94% e 93%, respectivamente) em relação aos 59% de Lunatusin. Não foi observada toxicidade significativa nos peptídeos, e todos foram classificados como não hemolíticos. No entanto, nenhum dos peptídeos mostrou capacidade de penetração celular, indicando limitações no uso dessas moléculas como carreadores de drogas. Em conclusão, a criação de análogos de Lunatusin via ferramentas computacionais resultou em peptídeos com propriedades antibacterianas aprimoradas e sem toxicidade significativa. Tais resultados devem ser comprovados em análises posteriores.